Em meio à profusão de pré-candidatos da direita à Presidência da República nas eleições de 2026, três dos governadores cotados para disputar o Planalto no ano que vem manifestaram, neste sábado (26/7), confiança de que o campo conservador estará unido contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve tentar a reeleição.A avaliação foi compartilhada pelos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e do Paraná, Ratinho Junior (PSD), que participaram de um painel da Expert XP intitulado “O Brasil que se constrói nos estados”, em São Paulo.Um dos mais aplaudidos pelo público – formado por gestores financeiros, assessores de investimento, investidores e executivos do mercado, que lotaram as dependências do auditório principal do evento –, Tarcísio afirmou, inclusive, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado, não ficará fora do debate eleitoral.“Sem dúvida, a união faz a força. A gente tem consciência exata do momento crítico que o país está vivendo. O país está se distanciando de suas vocações”, disse o governador paulista. “A boa notícia é que nós temos um grupo que sabe exatamente o caminho para colocar o Brasil no eixo do crescimento. A outra boa notícia é que o projeto nacional está acima de todas as vaidades. Eu prego, sim, a união, seja no momento em que for. E tem gente boa para isso”, afirmou Tarcísio.Tarcício seguiu: “E se engana quem pensa que uma liderança como Jair Bolsonaro vai ficar fora desse processo, seja na condição que for, porque ele participará desse processo. Engana-se quem pensa que haverá um racha na direita. Não haverá”.Apontado como um dos principais presidenciáveis para 2026, Tarcísio está em seu primeiro mandato como governador de São Paulo e, em tese, poderá se candidatar à reeleição ao Palácio dos Bandeirantes – em uma disputa na qual seria franco favorito. Ao contrário dele, Caiado e Ratinho, que já estão no segundo mandato à frente de seus estados, não poderão concorrer à reeleição.“Muita gente fala que quem for eleito terá de tomar medidas antipáticas. Eu discordo um pouco disso. A primeira medida que eu vou tomar é extremamente simpática, que vai ser derrotar o Lula. É a primeira coisa”, ironizou Caiado, arrancando aplausos e gritos de apoio da plateia. Leia também São Paulo Edinho Silva: não há chance de Lula não disputar reeleição em 2026 Negócios Presidente do PT diz que Trump impõe “agenda autoritária” ao Brasil Negócios Hasta la vista, baby: Schwarzenegger é aclamado por faria limers em SP Negócios Al Gore diz que tarifaço de Trump sobre o Brasil é “totalmente insano” Assim como Tarcísio, Caiado classifica Bolsonaro como a principal liderança da direita brasileira. “Tenho que reconhecer que a única liderança do Brasil que deu conta de mobilizar e levar a população a partir dos movimentos populares, sem dúvida, é o Bolsonaro. Além dele, todos nós somos líderes, de certa maneira, regionais. O Tarcísio tem um espelho maior, porque São Paulo é uma estrutura maior. Mas cada um tem sua área de influência”, afirmou o governador de Goiás.Caiado disse que o ideal é que a direita, de fato, apresente mais de um nome no primeiro turno contra Lula – e se una em torno daquele que conseguir se credenciar para um eventual segundo turno contra o petista.“Quando você solta um único candidato no primeiro turno, você dá para a máquina do PT uma capacidade destrutiva que vocês não imaginam. Eles têm de destruir um único candidato. Quando nós somos três candidatos, eles não têm como nos atingir a todos. Um vai chegar ao segundo turno e todos os outros vão estar junto. Essa é a realidade. Nós temos que ganhar as eleições e vamos ganhar”, comentou.“O candidato a presidente da República precisa ter apenas um mandato para ter a coragem de fazer as mudanças no país. Não dá para pensar em reeleição. Tem que pensar em resolver definitivamente os problemas, não tendo como objetivo a reeleição”, emendou Caiado, apoiando a tese do fim da reeleição, que vem sendo debatida no Congresso Nacional.Ratinho Junior, por sua vez, afirmou que “o Brasil tem a melhor safra de governadores dos últimos 30 anos, em qualquer região do país”. “E muitos deles têm condições de representar essa esperança, tão necessária para a população brasileira”, disse.“Esse espectro ideológico tem bons quadros. O grande problema seria se não tivesse quadros. A imprensa nos cobra se haverá união. Veja, existe um processo partidário. Os partidos precisam eleger seus representantes e é natural que cada partido busque ter o seu candidato em um primeiro momento. E isso é bom. O debate, mesmo entre os candidatos do mesmo espectro, fortalece a nossa democracia e a boa política”, defendeu o governador do Paraná, fazendo coro ao discurso de Caiado.“Aquele que tiver a condição e a alegria de ir para o segundo turno, não tenho dúvida de que terá a competência de juntar todo esse time aqui para apresentar um novo projeto para o Brasil”, concluiu.Ainda segundo Ratinho, a antecipação do debate eleitoral de 2026 “acontece porque as pessoas estão insatisfeitas com o atual governo”. “Se o governo estivesse entregando o que prometeu, possivelmente ninguém estaria discutindo eleição. Como existe uma falta de esperança da população brasileira, as pessoas já começam a discutir aqueles que podem, de alguma forma, mudar esse cenário que estamos vendo no Brasil.”Presidente do PT cravou Lula candidatoNa véspera, durante outro painel da Expert XP, o presidente nacional do PT, Edinho Silva, cravou a candidatura de Lula à reeleição em 2026, colocando um ponto final em especulações que davam conta de que o presidente da República poderia desistir de renovar o mandato.“Não tem essa possibilidade. Lula é candidato nas eleições”, garantiu Edinho, ao ser questionado sobre uma eventual desistência do presidente da República de disputar a reeleição.“O grande desafio do PT e de todos os partidos que têm lideranças grandes e fortes é saber fazer a transição quando essa liderança não disputar mais eleições, não estiver mais nas urnas. Não que o legado não continue existindo. Mas tem o desafio de construir uma instituição que dê conta de dialogar com a sociedade, seja forte do ponto de vista da organização e esteja antenada com a agenda da sociedade”, afirmou Edinho.11 imagensFechar modal.1 de 11Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados UnidosFábio Matos/Metrópoles2 de 11Expert XP, feira de investimentos em São PauloFábio Matos/Metrópoles3 de 11Expert XP, feira de investimentos em São PauloFábio Matos/Metrópoles4 de 11Helder Barbalho, governador do ParáFábio Matos/Metrópoles5 de 11Helder Barbalho, governador do ParáFábio Matos/Metrópoles6 de 11Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados UnidosPaulo Bareta/Divulgação/XP7 de 11Helder Barbalho, governador do ParáPaulo Bareta/Divulgação/XP8 de 11Renan Filho, Antonio Rueda, João Campos e Edinho Silva participaram de painel da Expert XPFábio Matos/Metrópoles9 de 11Arnold SchwarzeneggerReginaldo Martins/Divulgação/XP10 de 11Arnold SchwarzeneggerReginaldo Martins/Divulgação/XP11 de 11Arnold SchwarzeneggerReginaldo Martins/Divulgação/XPO eventoA Expert XP, que chega à 15ª edição em 2025, começou na sexta-feira (25/7) e termina neste sábado (26/7), na São Paulo Expo, na capital paulista. A expectativa dos organizadores é a de que o público supere os 45 mil participantes da edição anterior, em 2024.Em edições anteriores, a Expert XP já contou com nomes como o ex-presidente dos EUA Bill Clinton, os ex-atletas Magic Johnson, Serena Williams e Tom Brady, além do historiador e filósofo israelense Yuval Harari, da ativista paquistanesa Malala Yousafzai e do economista e empresário Mohamed El-Erian.