O Ministério Público do Amazonas pediu à Justiça, na última sexta-feira (25), a prisão preventiva dos policiais militares e do guarda municipal acusados de estuprar uma mulher indígena da etnia Kokama enquanto ela estava sob custódia na delegacia de Santo Antônio do Içá, no interior do estado.Os crimes teriam ocorrido entre novembro de 2022 e agosto de 2023, enquanto a vítima estava presa.] Leia Mais PA: MPF pede afastamento de diretora por racismo contra indígenas em escola Barco leva atendimento médico e dentista para comunidades isoladas no Norte Justiça determina que RS pague R$ 1,6 mi a homem preso injustamente A custódia ocorreu em condições inapropriadas, sem fornecimento de assistência médica, psicológica ou jurídica à mulher, que ficou encarcerada em um espaço masculino.Em depoimento a promotores de Justiça, a vítima confirmou que, durante o período em que esteve presa, foi submetida a abusos sexuais, humilhações e constrangimentos por parte dos quatro PMs e do guarda municipal.A vítima relatou que os abusos ocorriam de forma recorrente, durante a noite, e foram, por diversas vezes, praticados coletivamente. A vítima estava acompanhada de seu filho recém-nascido, que presenciou os atos de violência.Os envolvidos são acusados pelos crimes de estupro de vulnerável, estupro qualificado e tortura, entre outros possíveis delitos decorrentes das condições degradantes de custódia às quais a vítima foi submetida. O processo criminal tramita em segredo de Justiça.A mulher também relatou que parte dos policiais militares foram até a residência de sua mãe, em Santo Antônio do Içá, no Amazonas, para intimidá-la em relação aos fatos ocorridos.O Ministério Público classificou o ocorrido como um grave episódio de violência institucional e abuso de poder por parte de agentes públicos. O pedido ainda destaca que o laudo do exame de corpo de delito e o relatório psicológico da vítima são provas contundentes do crime.De acordo com o MP, outro fator para a prisão preventiva é a segurança da vítima, que sofre com ameaças dos envolvidos.Feminicídio bate recorde no Brasil em 2024, diz estudo