As IDF (Forças de Defesa de Israel) informaram neste sábado (26) que tropas dispararam “tiros de advertência” perto de caminhões de ajuda humanitária no norte de Gaza, acrescentando que não tinham conhecimento de nenhuma vítima até o momento.Médicos que trabalham no território relataram que seis pessoas morreram e mais de 160 ficaram feridas enquanto aguardavam ajuda humanitária na mesma região, mas em dois casos distintos: um na noite de sexta-feira (25) e outro na manhã deste sábado (26).“Durante a noite e durante a madrugada (de sábado), aglomerações de moradores de Gaza foram identificadas perto de caminhões de ajuda humanitária no norte do território, em estreita proximidade com as tropas das IDF que operavam na área”, informou as Forças de Defesa de Israel à CNN em um comunicado. Leia Mais Milhares de pessoas protestam em Londres contra fome em Gaza Do otimismo à incerteza: Negociações de cessar-fogo em Gaza são pausadas Jornalistas em Gaza enfrentam fome, alertam agência de notícias globais “Tropas das IDF dispararam tiros de advertência para distanciar a multidão na área, em resposta a uma ameaça imediata que lhes era imposta”, afirmou.As Forças de Defesa de Israel também disseram que “não têm conhecimento de nenhuma vítima em decorrência de disparos” feito por seus soldados.Na sexta-feira (25) à noite, um comunicado no grupo oficial do Telegram para serviços médicos em Gaza informou que equipes médicas “resgataram 133 feridos e seis vítimas de intolerância religiosa entre aqueles que aguardavam ajuda no norte da Faixa de Gaza”.Mais 30 pessoas ficaram feridas aguardando ajuda no norte de Gaza na manhã de sábado (26), informou a mesma organização em uma publicação posterior.Entenda o conflito na Faixa de GazaIsrael realiza intensos ataques na Faixa de Gaza desde outubro de 2023, após o Hamas ter lançado um ataque terrorista contra o país.Entre 7 de outubro de 2023 e 13 de julho de 2025, o Ministério da Saúde de Gaza informou que pelo menos 58 mil palestinos foram mortos e mais de 138 mil ficaram feridos. Isso inclui mais de 7.200 mortos desde o fim do cessar-fogo em 18 de março deste ano.O Ministério não distingue entre civis e combatentes do Hamas em sua contagem, mas afirma que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças. Israel afirma que pelo menos 20 mil são combatentes.A ONU (Organização das Nações Unidas) informou em 11 de julho deste ano que 798 pessoas foram mortas tentando obter alimentos desde o final de maio, quando a GHF (Fundação Humanitária de Gaza), sediada nos EUA, começou a distribuir alimentos. Dessas mortes, 615 foram registradas perto de locais da GHF e 183 nas rotas de comboios de ajuda humanitária, principalmente da ONU.O Escritório Central de Estatísticas da Palestina disse em 10 de julho que a população de Gaza havia caído de 2.226.544 em 2023 para 2.129.724. Estima-se que cerca de 100 mil palestinos tenham deixado Gaza desde o início da guerra.Entre 7 de outubro de 2023 e 13 de julho de 2025, segundo fontes oficiais israelenses, quase 1.650 israelenses e estrangeiros foram mortos em decorrência do conflito.Isso inclui 1.200 mortos em 7 de outubro e 446 soldados mortos em Gaza ou ao longo da fronteira com Israel desde o início da operação terrestre em outubro de 2023. Destes, 37 soldados foram mortos e 197 feridos desde o recrudescimento das hostilidades em março. Estima-se que 50 israelenses e estrangeiros permaneçam reféns em Gaza, incluindo 28 reféns que foram declarados mortos e cujos corpos estão sendo retidos.Desde 18 de março deste ano, as Forças Armadas israelenses emitiram 54 ordens de deslocamento, abrangendo cerca de 81% da Faixa de Gaza.O PMA (Programa Mundial de Alimentos) da ONU afirmou que isso significou que mais de 700 mil pessoas foram forçadas a se deslocar durante esse período.Em 9 de julho, 86% da Faixa de Gaza estava dentro de zonas militarizadas israelenses ou sob ordens de deslocamento. Muitas pessoas buscaram refúgio em locais de deslocamento superlotados, abrigos improvisados, prédios e ruas danificados.