A situação fiscal do Brasil preocupa, mas está longe de ser tão grave quanto em momentos passados, afirma o sócio da Rio Bravo, Evandro Bucini. “O fiscal está ruim, mas não está péssimo. Bem melhor que na época da Dilma — não só o fiscal, mas o todo”, disse em conversa com o Money Times no evento XP Expert.Segundo ele, é “mais fácil” enfrentar os desafios atuais do que os do segundo mandato de Dilma Rousseff. “O péssimo para mim é a Dilma. Na época, tinha um parafiscal horrível e muito preço represado”, lembrou.Apesar da comparação, o economista criticou o atual arcabouço fiscal, defendendo sua substituição. “O arcabouço é ruim. Vai ter que ser substituído provavelmente depois da eleição.”LEIA MAIS: Super Quarta no radar – saiba o que esperar das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos e como investir a partir de agora Entre as reformas estruturais necessárias para a sustentabilidade fiscal, ele cita com ênfase a previdenciária, a revisão de gastos obrigatórios e da indexação do salário mínimo e a reforma administrativa.Na avaliação de Bucini, a trajetória da dívida também requer atenção constante, especialmente com os juros elevados. “A dívida é muito alta e a riqueza do Brasil é muito baixa. A solução disso não é de curto prazo”, disse.O sócio da Rio Bravo ainda observa que os mecanismos parafiscais, que já foram um problema no passado, voltaram a piorar.O economista vê uma eventual mudança de governo como um possível ponto de inflexão positivo. “Uma mudança de governo seria melhor para as expectativas fiscais. Não precisa de muito para que um novo governo melhore as coisas, tal qual foi em 2016.”