*Por Andréa Migliori. Um dia, a comunicação interna ocupou um papel de “informar” e nada mais. Quadros de avisos e e-mails genéricos para toda a equipe pareciam suficientes para as empresas. Hoje, contudo, quem ainda enxerga as coisas dessa maneira está vivendo décadas no passado, e perdendo cada vez mais espaço no presente. Atualmente é impossível falar de uma experiência de trabalho positiva sem falar de comunicação. O time entende o que se espera dele? As lideranças sabem se posicionar com transparência? As decisões fazem sentido para quem está na ponta? Não é exagero dizer que cada uma dessas respostas impacta o clima e até a retenção. Por isso mesmo, esta é uma área altamente estratégica, e tem ocupado esse papel sem preâmbulos.Confira: A falta de fluidez na comunicação pode custar milhões - e destruir carreirasA comunicação interna impacta diretamente no engajamento. Sem ele, a produtividade cai e os resultados também. No relatório “State of the Global Workplace”, publicado pela Gallup no ano passado, foi identificado que os negócios deixam de ganhar US$9.6 trilhões globalmente por culpa do baixo engajamento. Além disso, de acordo com o estudo, as empresas que conseguem manter suas equipes engajadas percebem uma redução de turnover, de absenteísmo e de acidentes, além de lucros maiores.Uma vez que o cenário está claro, falta descobrir o que é preciso, então, para que a comunicação interna seja aplicada de verdade na sua empresa.O primeiro passo é sair do automático. Aquela lógica de “mando porque tem que mandar” dá lugar a uma lógica muito mais potente: “comunico porque isso transforma”. E transforma mesmo. Uma comunicação estruturada, com dados e escuta ativa, mostra onde estão as dúvidas, os gargalos, os silêncios. E abre espaço para que as pessoas se sintam parte do todo.Leia também: 5 métricas essenciais para medir o sucesso da comunicação interna em 2025Outro ponto é o “como”. Ter as ferramentas corretas ajuda bastante e traz ainda mais estratégia para a mesa. Um exemplo é o uso de People Analytics, que pode realizar análises de uma variedade de dados sobre o time. O estudo The Use Of People Analytics in Human Resources, da SHRM, mostra que esse recurso é usado pelas empresas principalmente para entender mais sobre retenção e turnover (em 82% dos casos), recrutamento e contratação (em 71%), engajamento (em 59%), benefícios e compensações (em 58%) e gestão de performance (em 58%).Mas devo dizer que, olhando para os bastidores de muitas empresas, vejo que o maior desafio não está na ferramenta. Está na intenção. Comunicação interna estratégica exige intenção de escutar, de alinhar, de explicar bem o porquê das coisas. Exige coragem para dizer que algo não deu certo e humildade para corrigir a rota com transparência. Essa é, inclusive, uma das maiores contribuições que o RH pode oferecer: ajudar a manter os relacionamentos profissionais saudáveis, com clareza e confiança. Afinal, falar com propósito provoca grandes acertos. E falar com propósito e estratégia muda o jogo inteiro.****Andréa Migliori, CEO da Workhub, uma HRTech de soluções para portais corporativos, pioneira no segmento a incorporar inteligência artificial aos seus serviços.