SNAG11 mantém carteira 100% em dia e projeta desafios para próxima safra

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SNAG11 atua no financiamento ao agronegócio - Foto: PixabayO SNAG11, Fiagro de crédito da Suno Asset, manteve sua carteira livre de eventos de inadimplência em junho, com resultado líquido de R$ 8,1 milhões. O valor foi suficiente para distribuir dividendos de R$ 0,11 por cota e manter uma reserva de lucros de R$ 0,051 por cota.O SNAG11 fechou o mês de junho com patrimônio líquido de R$ 620,6 milhões, com a maior parte desse valor alocada em operações de crédito, pulverizadas entre 264 devedores. O spread médio da carteira é de CDI + 3,68%, com duration de 4,96 anos. Já os imóveis do Fiagro, locados à Boa Safra (SOJA3) para uso operacional, tiveram reajuste em julho, com valores a serem confirmados no próximo relatório. Eles representam cerca de 8% do patrimônio líquido do fundo e apresentam um cap rate de 8,13% ao ano.SNAG11 mantém guidance de dividendos para o terceiro trimestreA Suno Asset optou por manter o guidance de dividendos para o terceiro trimestre no intervalo entre R$ 0,105 e R$ 0,115 por cota, seguindo o patamar dos últimos meses. Os dividendos do SNAG11 têm se mantido estáveis em R$ 0,11 por cota, no centro desse guidance, desde o pagamento de dezembro, realizado em janeiro. No mês de junho, o valor foi equivalente a um dividend yield anualizado de 14,49%. Desde sua listagem, o SNAG11 entrega um retorno total de 43,05%, acima de benchmarks como o CDI (40,32%), o IFIX (23,49%) e o IPCA (14,16%).Boa parte do relatório de junho foi dedicado à projeção das próximas safras de soja, milho e café, que representam aproximadamente 87% da exposição do fundo. A Suno Asset vê “contrastes relevantes” entre as culturas, com expectativa de uma retomada produtiva para a soja, deixando para trás as adversidades climáticas enfrentadas no primeiro semestre de 2024. Ao mesmo tempo, a gestora vê um cenário mais desafiador para o milho, com margens pressionadas, elevação nos custos de produção e incertezas quanto ao desempenho da segunda safra. Quanto ao café, apesar de perdas registradas no arábica, “a combinação entre recuperação do conilon e custos relativamente controlados mantém a expectativa de rentabilidade positiva para o produtor”, diz o texto.Soja terá aumento de área, mas precisará de maior produtividadeO SNAG11 destaca que a cultura de soja vai exigir uma produtividade cada vez maior, diante de um cenário em que o aumento da área ocupada deve ser o menor dos últimos anos, com crescimento de 1,5% da safra 2025/26 para a anterior. As empresas produtoras contam com a expectativa de avanço robusto, com crescimento global estimado em 4% na produção. O aumento da demanda está ancorado em dois pilares principais: maior utilização de farelo de soja na formulação de rações para as cadeias de proteína animal;maior aproveitamento pela indústria de biocombustíveis, favorecida pelo avanço das políticas de transição energética e descarbonização.Ao mesmo tempo, os produtores devem enfrentar uma redução nas margens de lucro, diante do aumento de custos, estimado em 8%. Para o estado de Mato Grosso, onde estão boa parte dos devedores do SNAG11, a margem líquida por hectare deve recuar de 41% para 34%.Diante disso, para preservar a rentabilidade e a adimplência total da carteira, a Suno Asset mantém a parceria com a Serasa Experian para uso da ferramenta Agro Score, que monitora a capacidade de pagamento e garante a mitigação dos riscos de crédito relativos aos recebíveis que compõem o portfólio do SNAG11.