Após a morte de dois servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), parlamentares e órgãos públicos se manifestaram de modo a lamentar as perdas e prestar solidariedade às famílias das vítimas. Valmir de Souza e Silva e Manoel José de Souza Neto, ambos de 65 anos, morreram nessa terça-feira (30/7) tentando conter um incêndio no Setor Habitacional Tororó, próximo à Reserva Ecológica do IBGE, entre São Sebastião e Santa Maria.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a morte dos servidores. Pelas redes sociais, ele prestou solidariedade “às famílias, aos colegas de trabalho e a todos que se dedicam diariamente à proteção do meio ambiente”. ” Esses trabalhadores estavam cumprindo sua missão com coragem e comprometimento, defendendo o nosso país, a nossa biodiversidade e o nosso povo”, declarou.O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), que combateu o incêndio em questão, expressou “profundo pesar” pelo falecimento de Valmir e Manoel José. “Reconhecemos, valorizamos e agradecemos aos que, junto conosco, se expõem ao grande perigo que é o combate ao fogo; aos que arriscam suas vidas em prol de um bem maior, em defesa da sociedade”, manifestou-se o órgão em nota oficial.Nesse momento de dor, nos solidarizamos com a equipe do IBGE e nos comprometemos a honrar a memória dos profissionais que fizeram o sacrifício maior. Desejamos que descansem em paz e que Deus, em sua infinita misericórdia, conforte a todos.O próprio IBGE, órgão ao qual os servidores prestavam serviço desde o início da década de 1980, decretou luto de três dias. “A direção do IBGE, por meio da Superintendência no Distrito Federal, está dando o suporte às famílias das vítimas e tomando as medidas necessárias”, informou.Ainda na tarde de terça-feira, durante o evento de celebração do primeiro ano da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, na sede do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pediu um minuto de silêncio aos presentes quando soube da tragédia.Já nesta quarta-feira (30/7), Marina Silva falou em definitivo sobre o caso. “Os dois servidores eram reconhecidos como bons e experientes profissionais”, afirmou, ressaltando ainda as dificuldades que envolvem a atuação de um brigadista. “É uma profissão de alta periculosidade, uma vez que o fogo é traiçoeiro e pode enganar até os mais experientes no seu combate”, comentou.A senadora Leila do Vôlei (PDT), o deputado distrital Fábio Felix (Psol) e o deputado federal Fred Linhares (Republicanos-DF) também desejaram força às famílias de Valmir de Souza e Silva e Manoel José de Souza Neto, vítimas do incêndio. Leia também Distrito Federal “O fogo cercou eles”, diz morador que achou servidores do IBGE mortos Distrito Federal Servidores do IBGE foram filmados momentos antes de morrer em incêndio Distrito Federal Servidores do IBGE mortos em incêndio trabalhavam como brigadistas Distrito Federal IBGE decreta luto de três dias por morte de servidores em incêndio O que se sabe até o momentoValmir de Souza e Silva e Manoel José de Souza Neto, ambos de 65 anos, morreram tentando combater um incêndio no Setor Habitacional Tororó, na altura do quilômetro 78 da BR-251, próximo à Reserva Ecológica do IBGE.Valmir e Manoel José eram participantes da brigada de incêndio do IBGE e tentaram ajudar a apagar o fogo com um caminhão-pipa.O incêndio, de acordo com moradores, se iniciou por volta das 10h. Os servidores foram atingidos pelo fogo já na parte da tarde.O motorista do caminhão não se feriu. Ele não foi identificado.Ainda não se sabe as causas do incêndio. A 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião) investiga o caso.“O fogo cercou eles”O paisagista João Vaz de Melo, 56 anos, foi uma das últimas pessoas a ver os servidores do IBGE ainda com vida. Ele mora próximo ao local do incêndio e encontrou os corpos das vítimas carbonizados.O paisagista relatou que os brigadistas teriam ignorado alertas de pessoas da comunidade e entrado na mata tomada pelo fogo, acompanhados por um caminhão-pipa, para tentar combater as chamas.“Eles entraram depois de as chamas terem passado. O motorista do caminhão conseguiu sair correndo, mas os dois ficaram com uma mangueira, tentando apagar [o incêndio]. E o fogo cercou eles”, detalhou João, em entrevista ao Metrópoles.Assista à entrevista: