O ex-ajudante de ordens Mauro Cid encaminhou nesta terça-feira (29/7) ao Supremo Tribunal Federal (STF) as alegações finais da ação penal que investiga uma suposta trama golpista que pretendia manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder. No documento, a defesa do tenente-coronel define os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 como “nefasto”. Leia também Brasil Mauro Cid pede perdão judicial ao STF ou pena menor que dois anos Mundo Na ONU, Mauro Vieira cita “alegações credíveis de genocídio” em Gaza Blog do Noblat Se Mauro Cid mentiu ou disse a verdade, não sabemos. Mas isso mudaria tudo? Brasil Gonet: Mauro Cid demonstrou “resistência” ao cumprir delação premiada O material foi apresentado como a resposta final do ex-ajudante, responsável por delatar o esquema supostamente chefiado por Bolsonaro, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR). A defesa destaca que Cid não tem ligação com os atos de 8 de janeiro, visto que desde de 2022 já estava definido que ele iria comandar o batalhão de Goiânia.“A juntada de documentos comprobatórios de suas alegações, especialmente no tocante ao nefasto dia 08 de janeiro (…) Portanto, sua vida militar e pessoal voltada à outro objetivo que não a manutenção de qualquer poder da República por quem quer que seja; depoimento do dia 22.11.24; relatórios de inteligência dando conta que, em relação ao dia 8 de janeiro, até amanhã do próprio dia, não era possível imaginar um protesto, muito menos, violento como foi”, disse a defesa.EntendaCid é réu na ação penal da trama golpista junto ao ex-presidente Jair Bolsonaro.Ex-ajudante de ordens delatou integrantes do governo Bolsonaro.Defesa de militar pede que benefícios da delação sejam mantidos10 imagensFechar modal.1 de 10O tenente-coronel Mauro CidHugo Barreto/Metrópoles2 de 10Tenente-coronel Mauro CidVINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto3 de 10O tenente-coronel Mauro CidVINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto4 de 10Para aliados, Bolsonaro afirmou que Mauro Cid quase não falava com Michelle, e não teria como saber de opinião da então primeira-damaIgo Estrela/Metrópoles5 de 10Tenente-coronel Mauro CidIgo Estrela/Metrópoles6 de 10Vinícius Schmidt/Metrópoles7 de 10Mauro Cid é peça central em investigações envolvendo Bolsonaro Breno Esaki/Metrópoles8 de 10Mauro Cid guardou vídeo de reunião em seu computador, apreendido pela PFVinícius Schmidt/Metrópoles9 de 10Vinícius Schmidt/Metrópoles10 de 10Tenente-coronel do Exército, Mauro Cid deixou a prisão após acordo de colaboração premiada com o STFVinícius Schmidt/MetrópolesAinda sobre o 8 de janeiro, a defesa do tenente-coronel traz que responsabilizar Cid pelos crimes é o mesmo que “punir a sombra por um crime ocorrido no sol”.“O que parece importar à acusação não é o raio de ação dos atos humanos, e sim o alcance das narrativas acusatórias. Pretende-se, de forma absolutamente especulativa, responsabilizá-lo por atos que não praticou, não presenciou, não incentivou e tampouco poderia impedir. A imputação ignora não apenas sua ausência física, mas a ausência total de vínculo causal ou volitivo com os fatos”.Pedido de absolviçãoA defesa de Cid pede, ainda, absolvição no processo pelos crimes de golpe de Estado, tendo em vista a “ausência de provas e de autoria”. No documento, a defesa de Cid pede que sejam mantidos os benefícios que tinham sido concedidos a ele no acordo de colaboração premiada, mas que foram retirados pelo procurador-geral Paulo Gonet nas alegações finais do Ministério Público.Os advogados de Cid argumentam que não é verdadeira a tese de que ele omitiu informações ou se contradisse. A defesa pede a manutenção integral dos termos do acordo firmado com a Polícia Federal (PF) no âmbito do inquérito sobre a tentativa de golpe.JulgamentoO julgamento do ex-presidente na ação penal que tramita no STF sobre uma suposta trama golpista pode ocorrer entre agosto e setembro, período estimado para o fim do prazo das alegações finais das partes envolvidas no processo.Considerando a soma dos prazos, a previsão é de que todas as alegações estejam concluídas até 13 de agosto. Ou seja, os prazos não são suspensos durante o recesso do Judiciário em julho; por isso, a contagem segue normalmente.Ao abrir o período para alegações finais, Moraes destacou na decisão que todas as diligências e requerimentos da fase de instrução processual foram efetivados. Ele também apontou diligências complementares deferidas, indicando que a fase de instrução está encerrada.