A transmissora ISA Energia obteve um lucro líquido de R$ 255,6 milhões no segundo trimestre, 39,9% abaixo do registrado um ano antes, de acordo com resultado trimestral divulgado nesta quarta-feira (30).Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia recuou 11,4% no período, para R$ 789,5 milhões, enquanto a receita líquida retraiu 7,5%, para R$ 1,03 bilhão. Leia Mais Bradesco tem lucro líquido recorrente de R$ 6,1 bilhões no 2º tri TCU condena ex-diretores do Postalis e BNY Mellon por prejuízo de R$ 1 bi Adidas melhora lucro e receita, mas alerta para possível aumento de preços A queda do resultado trimestral é explicada principalmente por impactos da conclusão da discussão regulatória sobre os pagamentos da indenização às transmissoras chamada de RBSE. No mês passado, a agência reguladora Aneel fez um recálculo dessa indenização, o que levou a uma redução dos pagamentos futuros à companhia.Com a medida, a receita da ISA no período sofreu com uma baixa de quase R$ 300 milhões, sem impacto no caixa, de uma provisão que passou ser excedente após o recálculo da RBSE, explicou a diretora financeira da empresa, Silvia Wada.Apesar da decisão sobre a RBSE ter diminuído o valor a ser pago nos próximos anos, os executivos da companhia disseram à Reuters ver o desfecho como positivo, e ressaltaram que a transmissora está há alguns anos trabalhando para elevar sua receita com novos projetos, para não depender dos pagamentos da indenização.“A gente tem uma perda por um lado, mas já há algumas conquistas, como reajuste tarifário do ano passado, projetos de reforços e melhorias (na rede) que entraram ao longo do último ano, de forma que a gente vai materializando essa compensação já nesse primeiro ano”, afirmou o CEO, Rui Chammas.“Nós estamos criando muito mais valor com esses investimentos do que de fato a gente tinha com a RBSE”, acrescentou.A ISA Energia está construindo cinco empreendimentos de transmissão de energia que, quando entrarem em operação, adicionarão R$ 1 bilhão em receita anual permitida (RAP). Além disso, tem um portfólio de mais de R$ 5 bilhões em reforços e melhorias para executar em sua rede elétrica existente nos próximos cinco anos, o que também trará aumento de receita.Chammas ressaltou a importância dessas melhorias, concentradas principalmente nas instalações de transmissão da companhia no Estado de São Paulo. A modernização e ampliação de capacidade das linhas ajudará a garantir a confiabilidade do sistema paulista, além de fazer frente a novas cargas, como data centers e indústrias na região, disse.Entre as intervenções planejadas, estão o recondutoramento de linhas e a troca de equipamentos antigos de pequeno porte, como disjuntores, e de grande porte, como transformadores. São mais 70 subestações em obra atualmente, além de 6 linhas de transmissão.Eventos climáticos geram perda de US$ 84 bi a seguradoras em 2025