Os Estados Unidos cumpriram nesta quarta-feira (30) suas ameaças de aplicar tarifas de 50% sobre o Brasil com dois dias de antecedência e impuseram sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal que supervisiona o caso criminal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.As medidas duplas mostraram que, justamente quando autoridades brasileiras buscavam diálogo, a Casa Branca intensificou bruscamente a crescente crise diplomática entre as duas nações mais populosas do Hemisfério Ocidental.As tarifas contra o Brasil são as mais altas de qualquer imposto que o presidente Donald Trump tenha imposto este ano, embora excluam muitas das principais exportações brasileiras para os Estados Unidos, como aeronaves, combustíveis e suco de laranja. O Brasil também é o único país a enfrentar tarifas enquanto mantém um superávit comercial com os EUA.Leia tambémTarifaço de Trump poupa Embraer, suco de laranja e mais; veja exceçõesEssas exceções haviam sido solicitadas pelo governo brasileiro nas negociações que antecederam a decisãoLei Magnitsky: o que é a norma aplicada pelos EUA contra Alexandre de MoraesA lei é uma legislação americana que permite aos EUA impor sanções econômicas a indivíduos acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanosAs ações contra Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal brasileiro, são um uso altamente incomum de algumas das sanções de direitos humanos mais severas que o governo dos EUA possui.Trump está mirando o Brasil pelo que chama de perseguição política contra seu aliado político, Bolsonaro, e censura ilegal de vozes conservadoras online. Em uma ordem executiva nesta quarta-feira, ele afirmou que ações do governo brasileiro e do Supremo Tribunal “ameaçam a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos.”O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, desafiou publicamente Trump por semanas, inclusive em uma entrevista ao The New York Times publicada horas antes das ações do governo dos EUA nesta quarta-feira.“Acho importante que o presidente Trump considere: se ele quer ter uma luta política, então vamos tratá-la como uma luta política,” disse Lula ao Times. “Se ele quer falar de comércio, vamos sentar e discutir comércio. Mas não se pode misturar tudo.”Trump pediu ao Brasil que retire as acusações contra Bolsonaro, que é acusado de orquestrar uma tentativa de golpe após perder as eleições de 2022. Lula e Moraes prometeram não permitir que Trump interfira no processo judicial brasileiro.Lula disse ao Times nesta terça-feira que seu governo estava estudando tarifas retaliatórias contra alguns produtos americanos caso Trump cumprisse suas ameaças. Agora, ele enfrenta a decisão de lançar uma guerra comercial contra o segundo maior parceiro comercial do Brasil, depois da China.Agora parece que os esforços de Trump para ajudar Bolsonaro podem em breve significar preços mais altos para itens como café e carne bovina — produtos que são significativamente originados do Brasil.c.2025 The New York Times CompanyThe post NYT: Trump intensifica confronto com o Brasil, mirando sua economia e política appeared first on InfoMoney.