Em editorial publicado na quinta-feira (31/7), a revista The Economist chamou as sanções do presidente Donald Trump contra o judiciário brasileiro de “ataque sem precedentes”. “Ele está sancionando juízes ligados ao processo contra Jair Bolsonaro, seu aliado ideológico”.Na avaliação da revista, não cabe aplicar ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Lei Magnitsky. A lei pune autoridades estrangeiras por “graves violações de direitos humanos internacionalmente reconhecidos”.“Ela já foi usada contra generais genocidas birmaneses e autoridades russas que assassinaram dissidentes políticos. Moraes não fez nada parecido”, diz a revista.“Seu ato mais notável é liderar o processo contra Jair Bolsonaro, ex-presidente de extrema direita do Brasil e aliado de Donald Trump, que em breve será julgado sob a acusação de planejar um golpe para anular uma eleição que perdeu em 2022, o que ele nega.” Leia também Igor Gadelha Moraes manda recado a Trump em jantar com Lula e colegas do STF Brasil Expulso do PL após elogiar Moraes, deputado diz não ter recebido aviso Mundo Diplomacia dos EUA justifica punição e chama Moraes de “juiz ativista” Andreza Matais Paulo Figueiredo: Alexandre de Moraes está “histérico e descontrolado” Para a Economist, o Brasil não tem definição legal de desinformação, e a falta de regulação das plataformas transfere ao STF o julgamento de casos. A publicação britânica critica a demora na conclusão do inquérito das Fake News, aberto em 2019. O classificou como “controverso”.Ainda assim, o editorial afirma que nenhuma das ações de Moraes aplicadas ao Brasil foi ilegal. “Ele é fortalecido pela Constituição brasileira, uma das mais longas do mundo, que abrange tudo, desde assistência médica a salários.”Mesmo que Trump e os secretários Marco Rubio (Estado) e Scott Bessent (Tesouro) acreditem que pressionar o magistrado por meio da Lei Magnitsky resultará na anulação dos processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, o tiro pode sair pela culatra.“Lula agora enquadra o clã Bolsonaro como ‘traidor’. A maioria dos brasileiros concorda. Moraes, acostumado a receber ameaças de morte, é difícil de intimidar”, conclui.