Mulher tenta matar marido, cabo da Aeronáutica, com doce envenenado

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Uma manicure de 34 anos tentou matar o marido, um cabo da Força Aérea Brasileira, de 36 anos, com dois brigadeiros envenenados. O caso, ocorrido na manhã de domingo (27/7), foi revelado após a mulher procurar a 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho II) para confessar o crime.Ela contou que colocou veneno de rato nos doces e deu para o companheiro comer. Porém, depois que o homem ingeriu o primeiro brigadeiro, ela se arrependeu e contou para ele que o havia envenenado e o orientou a buscar atendimento médico.Segundo o depoimento prestado à polícia, a mulher, que vive com o marido há cerca de 13 anos e meio, relatou que o relacionamento sempre foi conturbado. O casal tem dois filhos, de 11 e 5 anos. A filha mais velha da mulher, de 18 anos, também mora com eles.A declarante afirmou que o companheiro fazia consumo excessivo de bebidas alcoólicas e tinha um comportamento autoritário e implicante. Ela contou que já foi agredida fisicamente por ele ainda na época em que eram namorados e que as brigas dentro de casa sempre foram frequentes.Em determinado momento da convivência, o casal se separou por cerca de nove meses, após a mulher registrar uma ocorrência acusando o marido de assediar a filha dela, que na época tinha 16 anos. A denúncia foi arquivada e, com o retorno da filha ao lar, a mulher acreditou que a situação havia se estabilizado.No entanto, durante uma conversa com a mãe, a adolescente relatou que o padrasto continuava se comportando de maneira inapropriada, pedindo carinho e atenção física em momentos em que a mãe não estava presente. Segundo a jovem, ela nunca cedeu, mas o padrasto a presenteava na tentativa de obter afeto. Quando rejeitado, ele passava a implicar com ela e com a mãe.Abalada com a revelação, a mulher relatou que deixou o salão onde trabalha, em Sobradinho II, e comprou chumbinho em uma feira da região, alegando que seria para matar ratos. Em seguida, passou por uma padaria onde comprou brigadeiros. De volta ao trabalho, ela manipulou dois dos doces, misturando o veneno à massa, e os levou para casa com a intenção de oferecê-los ao marido.A mulher contou que, ao chegar em casa, deu um dos brigadeiros ao companheiro, que ingeriu o doce. Ele tentou comer o segundo, mas foi impedido por ela. Momentos depois, antes de sair para ajudar um amigo, o homem foi alertado pela companheira.Ela, já arrependida, confessou o que havia feito e pediu que ele fosse ao hospital. Em seguida, dirigiu-se à delegacia e relatou o todos os fatos de forma espontânea.O homem buscou atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento após começar a passar mal por conta do brigadeiro ingerido. De acordo com a médica que o atendeu, a dose de veneno não seria suficiente para matá-lo. Ele foi medicado e recebeu alta hospitalar.O cabo formalizou o desejo de não representar criminalmente contra a esposa pela lesão corporal sofrida. Um termo de renúncia foi assinado por ele.Cabo nega assédioO cabo relatou à polícia que, quando tentava se aproximar da enteada, era acusado de assédio; quando se afastava, era criticado por não ser um padrasto presente.Segundo ele, a ocorrência registrada anteriormente pela esposa dizia respeito a um episódio em que ele, ao se despedir da enteada, a beijou no rosto e a tocou no banheiro. Ele afirma que o toque não foi lascivo e que foi absolvido após investigação.À época do ocorrido, a jovem saiu de casa. Posteriormente, ele e a esposa se reconciliaram, voltaram a viver juntos, e a enteada, que então morava com o namorado, voltou para casa após sofrer agressões do companheiro.Um inquérito policial foi instaurado para investigar a denúncia de importunação sexual relatada pela enteada contra o padrasto.