O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira (28) que a mentira não pode ser usada como estratégia política.Barroso declarou, em inglês, que “devemos fazer a mentira ser errada novamente” (we should make lying wrong again).A declaração foi feita durante uma palestra na conferência internacional International Society of Public Law (Icon.S), em Brasília (sociedade do direito público, em tradução livre). Leia Mais: Barroso evita falar sobre vistos, mas diz tratar caso com "importância" Em nota conjunta, partidos repudiam ação dos EUA contra ministros do STF IOF: Barroso nega crise e diz que relação com Poderes é a "melhor possível" Barroso, sem citar o governo de Donald Trump, fez comparações entre a regulação digital no Brasil e nos Estados Unidos e destacou a importância da liberdade de expressão, aliada à responsabilidade. O ministro também comentou o processo que apura uma tentativa de golpe no Brasil.“No Brasil, a mentira não é uma estratégia política aceita”, afirmou. “Para que a participação popular seja totalmente democrática, ela precisa ser baseada em informações claras e reais. A desinformação tem colocado isso em risco.”Sobre a regulação das plataformas digitais, Barroso afirmou que o Supremo adotou uma solução “muito moderada”, diferente da União Europeia, que determina a remoção imediata em casos de crime mediante notificação privada.Em junho deste ano, o STF decidiu que redes sociais podem ser responsabilizadas por conteúdos publicados pelos usuários que promovam: fake news, discurso de ódio e outras ações prejudiciais.“A democracia precisa achar uma forma de lidar com a mentira, ou a liberdade de expressão será uma forma de tornar ilesos esses comportamentos”, disse o ministro.Barroso também alertou para o risco dos deepfakes nas eleições, definindo-os como “gravíssimos”, pois colocam em xeque a confiança nas imagens que consumimos.“No dia em que a gente não puder mais acreditar no que vê e ouve, o sentido da liberdade de expressão terá perdido totalmente seu valor. Não é uma questão de judicialização, é de conscientização.”Análise: Em carta, Barroso quis rechaçar perseguição | LIVE CNN*Sob supervisão de Douglas Porto