Estudo revela que penas de pavão podem amplificar luz como lasers

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As penas brilhantes da cauda do pavão são conhecidas pelas cores vibrantes e pela beleza. Agora, pesquisadores descobriram que elas escondem algo ainda mais surpreendente.Um novo estudo, publicado na revista Scientific Reports em 1º de julho, mostrou que essas penas têm estruturas microscópicas capazes de amplificar luz e gerar feixes semelhantes aos de um laser.Ao aplicar um corante comum nas penas e iluminá-las com uma fonte externa de luz, os cientistas observaram que a penugem emitia feixes estreitos de luz amarelo-esverdeada. O fenômeno não é visível a olho nu, mas foi detectado por instrumentos sensíveis de laboratório.É a primeira vez que esse tipo de emissão é identificada em uma estrutura biológica, segundo os autores do estudo. O experimento sugere que algumas partes das penas dos pavões funcionam como cavidades naturais, onde a luz se reflete de forma ordenada e ganha intensidade.Em lasers convencionais, esse processo acontece dentro de estruturas construídas com precisão, mas neste caso, ele ocorre de maneira espontânea, a partir da organização natural dos materiais biológicos. Leia também Ciência Edição genética pode evitar extinção de milhares de espécies Ciência Visão afiada: por que pássaros enxergam cores que humanos não veem? Ciência Falta de presas contribuiu com a extinção dos tigres-dentes-de-sabre Ciência Abelha nativa do Brasil é nova esperança contra dengue, mostra estudo Segredos escondidos nas cores do pavãoHá muito tempo, os cientistas sabem que as penas de pavão não têm cor por causa de pigmentos, mas pela estrutura delas. Essas cores vivas aparecem quando a luz bate em microestruturas bem organizadas, refletindo só alguns comprimentos de onda. É isso que cria os tons fortes de azul e verde, que mudam de aparência dependendo do ângulo da luz.Os pesquisadores queriam descobrir se essas estruturas que refletem luz nas penas também poderiam fazer algo a mais, como amplificá-la.Para testar isso, eles tingiram as penas com um corante simples, aplicaram pulsos de luz e observaram o que acontecia usando equipamentos de laboratório. Eles encontraram feixes finos de luz saindo das partes arredondadas das penas, chamadas ocelos — aquelas manchas que lembram olhos.O mais curioso é que, mesmo em partes com cores diferentes, os feixes tinham exatamente os mesmos comprimentos de onda. Isso surpreendeu porque se esperava que as microestruturas variassem de um ponto para outro.A hipótese dos cientistas é que existam estruturas internas muito pequenas e organizadas, talvez grânulos de proteína, que estejam agindo como as cavidades responsáveis por formar os feixes de laser.Aplicações futurasEmbora ainda não haja evidências de que os pavões usem essa emissão de luz para alguma função específica, os resultados do estudo podem ter implicações importantes em outras áreas.A descoberta pode ajudar a identificar padrões muito pequenos em materiais biológicos, o que seria útil, por exemplo, para reconhecer vírus ou outras estruturas com formas bem definidas. Também abre a possibilidade de criar lasers usando tecidos do próprio corpo, o que tornaria mais seguro o uso da luz em exames e tratamentos médicos.Segundo os pesquisadores, isso incluiria aplicações em sensores, exames por imagem e terapias com luz. O trabalho sugere que estruturas criadas pela própria natureza podem inspirar novas tecnologias médicas e científicas.Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!