Há três dias do início da cobrança do tarifaço imposto ao Brasil pelo governo de Donald Trump, não há sinais de abertura para negociação com o governo brasileiro, nem mesmo de extensão do prazo – um dos apelos dos exportadores. Integrantes do governo tentam intermediar uma conversa entre Trump e o presidente Lula (PT), mas ainda não conseguiram retorno por parte do governo americano. Por enquanto, o clima no Palácio do Planalto é de pessimismo quanto a possibilidade de diálogo entre os dois presidentes. O chanceler Mauro Vieira, que esteve num evento nos Estados Unidos, vai voltar ao Brasil sem ser recebido em Washington.Lula estaria disposto a falar diretamente com Trump. No entanto, há um receio de que Trump destrate Lula durante a conversa, como fez com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, no final de fevereiro.A aposta dos interlocutores é que a Casa Branca só deve abrir uma negociação após o dia 1o. de agosto, depois que as tarifas entrarem em vigor, o que, em tese aumentaria o poder de barganha dos americanos. O governo brasileiro tenta negociar, pelo menos, a retirada da taxação da laranja, do café e da carne, além dos aviões da Embraer. As tentativas de negociação levadas à frente pelo vice-presidente Alckmin também esbarram em resistências, já que o vice-presidente conversa com outros interlocutores, mas também não consegue chegar ao presidente Donald Trump. Leia também: Foco é abertura de prazo para inicio das tarifas, diz Jaques Wagner, nos EUAO ministro da Fazenda, Fernando Haddad disse que que o Brasil nunca saiu da mesa de negociação e ainda acredita na possibilidade de conversar. “Não sei se vai dar tempo para o dia primeiro, mas o que importa não é esta data fatídica. Pode entrar em vigor e depois negociar. Mas está ficando mais claro nosso ponto de vista”, afirmou. Segundo a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, após participar da abertura de uma reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, com representantes da União Europeia, a indisposição para conversar não é do presidente Lula. “O presidente Trump já disse que não quer conversar agora. Uma conversa entre dois chefes de Estado demanda toda uma preparação, não é uma coisa tão simples. Mas é importante dizer que o presidente Lula nunca ficou indisposto a conversar”, afirmou.Medidas de ajudaO ministro Fernando Haddad disse que o plano de contingência, formulado pelos Ministérios da Fazenda; do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; das Relações Exteriores; e pela Casa Civil, já está na mesa do Presidente Lula. O documento agora está sob análise de Lula, que tomará uma decisão, caso os Estados Unidos não adiem a entrada em vigor da tarifa, prevista para a próxima sexta-feira.Segundo o ministro Fernando Haddad o plano vai desde medidas estruturais até medidas de curto prazo, para empresas que serão duramente afetadas. Ele deu como exemplo linha de credito a juros baixo, com prazo de carência, para dar tempo das empresas se readaptarem. The post Lula estaria disposto ao diálogo, mas Trump não abre espaço, dizem interlocutores appeared first on InfoMoney.