Santander (SANB11) reporta lucro líquido de R$ 3,6 bilhões, mas fica abaixo do esperado

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Santander (SANB11). Foto: Divulgação/ SantanderO Santander Brasil (SANB11) abriu a temporada de divulgação de resultados dos grandes bancos nesta quarta-feira (30) com lucro líquido gerencial de R$ 3,659 bilhões no segundo trimestre de 2025 (2T25). O resultado representa uma alta de 9,8% em relação ao mesmo período do ano passado, mas uma queda de 5,2% ante o primeiro trimestre deste ano.O lucro do Santander veio abaixo do consenso da Bloomberg, que projetava uma cifra de R$ 3,81 bilhões para o período. A expectativa era de uma variação próxima da estabilidade na comparação trimestral, com avanço anual de cerca de 14,8%.Segundo o banco, o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) ficou em 16,4%, dentro das expectativas dos analistas do Itaú BBA, que projetavam exatamente esse patamar. A margem foi ligeiramente superior à estimativa da Genial, que previa 16,3%.Resultados do Santander (SANB11)O balanço do Santander mostrou uma receita total de R$ 20,6 bilhões, com alta de 3,3% em relação ao segundo trimestre de 2024. As despesas cresceram 1,5%, o que contribuiu para a redução do índice de eficiência, que caiu 2,5 pontos percentuais e atingiu 36,8%. Segundo o CEO Mario Leão, trata-se do menor patamar dos últimos três anos. “Ainda vemos espaço significativo de evolução nos próximos períodos”, afirmou o executivo no release de resultados.Na margem financeira bruta, que considera as operações que rendem juros, o banco registrou R$ 15,4 bilhões, alta de 4,4% em 12 meses. A margem com clientes, que reflete diretamente o crédito concedido, foi de R$ 16,1 bilhões, representando avanço de 11,3% no ano, acima das projeções do BofA, que esperava R$ 14,5 bilhões.No entanto, a carteira de crédito ampliada do Santander apresentou comportamento misto: cresceu 1,5% em relação ao segundo trimestre de 2024, mas caiu 1% ante os primeiros três meses deste ano. O banco atribui parte desse recuo a uma postura mais conservadora na concessão de crédito.Em relação à inadimplência, os dados indicam um ambiente ainda desafiador. A inadimplência entre 15 e 90 dias subiu 0,5 ponto percentual, enquanto a inadimplência acima de 90 dias se manteve estável. De acordo com o banco, essa estabilidade decorre de uma “política mais rigorosa de renegociações”. Já as provisões para devedores duvidosos somaram R$ 6,6 bilhões, com alta de 3% no trimestre.Em receitas com prestação de serviços, houve crescimento de 0,4% no ano, com destaque para cartões. Sem os efeitos da reclassificação de receitas exigida pela Resolução CMN nº 4.966/21, o crescimento teria sido de 3%.Expectativas do mercado sobre o balançoO resultado do Santander veio em linha com o que algumas casas de análise já previam, embora o lucro tenha ficado abaixo do consenso da Bloomberg. A XP Investimentos estimava que o banco apresentaria uma leve alta na inadimplência, mantendo as provisões em patamar elevado, além de prever queda trimestral de mais de 1% na receita líquida com juros, apesar da alta de 7% no ano.A Genial Investimentos alertava que o crescimento da carteira de crédito poderia ficar abaixo da média do sistema financeiro, devido à cautela do banco na concessão de crédito, além de impactos da valorização do real sobre a carteira em moeda estrangeira e do IOF em operações de risco sacado.O BofA previa crescimento moderado na base de empréstimos do Santander (SANB11), com expansão concentrada em clientes de alta renda e pequenas e médias empresas. A instituição também esperava pressão negativa nas operações de tesouraria, com impacto na margem financeira de mercado.