Banco do Brasil (BBAS3) deve reduzir dividendos? Veja o que diz analista

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Banco do Brasil (BBAS3) deve reduzir dividendos? Veja o que diz analistaO Banco do Brasil (BBAS3) deve apresentar um desempenho mais fraco no segundo trimestre de 2025, com impacto direto nos dividendos. O balanço será divulgado em 14 de agosto, mas as expectativas são de um resultado pressionado por fatores como juros elevados e aumento nas provisões, especialmente no crédito rural, que representa uma parcela relevante da carteira da instituição.De acordo com Evandro Medeiros, analista CNPI da Suno, este deve ser um trimestre difícil para o Banco do Brasil. A combinação de pressão sobre os spreads, custos financeiros mais altos para as empresas e maior volume de provisões tende a comprometer a rentabilidade. “É possível que haja uma pressão maior nas perdas da carteira PJ. Isso pode acontecer por conta do alto patamar de juros no resultado financeiro das empresas”, diz o analista.No acumulado de 2025, as ações BBAS3 registram queda de mais de 16%, contrastando com a valorização superior a 10% do Ibovespa no mesmo período. Dividendos do Banco do Brasil (BBAS3)Na avaliação do analista da Suno, o pagamento de dividendos do Banco do Brasil deve ser impactado por um nível acima da média de provisionamento. Além disso, a compressão da margem financeira, impulsionada por spreads mais estreitos e uma política monetária ainda restritiva, tende a reduzir o espaço para distribuição de lucros mais robustos no trimestre.“Esse trimestre provavelmente será fraco em termos de resultados e dividendos para o Banco do Brasil”, disse Medeiros. A estimativa da casa é de um lucro próximo de R$ 5,5 bilhões entre abril e junho. Considerando um payout entre 30% e 40%, os dividendos pagos à União, principal acionista, ficariam entre R$ 825 milhões e R$ 1,1 bilhão.O analista ainda ressalta que a União não é beneficiada apenas pelos dividendos, mas também por impostos e tributos cobrados do próprio banco e de seus clientes. Em 2024, o Banco do Brasil pagou R$ 8,4 bilhões em despesas tributárias, além de R$ 3,4 bilhões em imposto de renda e contribuição social.Projeções para o balanço do Banco do BrasilO mercado projeta resultados mais fracos no segundo trimestre. Segundo o Goldman Sachs, o lucro deve ser de R$ 4,9 bilhões, cerca de 15% abaixo do consenso de mercado. O risco principal segue sendo o crédito rural, que representa aproximadamente 30% da carteira e pode exigir reforço nas provisões.A XP Investimentos e o JPMorgan também reduziram suas projeções e mantêm postura conservadora, mesmo após a queda acentuada dos papéis. Para o JPMorgan, o segmento rural continua sendo o foco de atenção.Apesar das dificuldades no curto prazo, Medeiros lembra que o Banco do Brasil mantém uma base sólida. O analista destaca que a instituição possui um custo de captação baixo e grande participação em depósitos de poupança e à vista. “O banco está negociando com um desconto de mais de 30% em comparação com o valor patrimonial. Isso não reflete a qualidade do papel e também não representa o potencial de longo prazo para o pagamento de proventos”, avalia o analista sobre as ações do Banco do Brasil (BBAS3).