Veja principais momentos de discurso de Moraes em retomada de recesso

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Com a retomada dos trabalhos para o segundo semestre no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta sexta-feira (1º), o ministro Alexandre de Moraes se pronunciou, pela primeira vez, sobre a sanção dos Estados Unidos contra ele.A sessão foi marcada por discursos de solidariedade a Moraes por parte dos ministros, do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e do ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, que representou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Leia Mais "Fugiu do país covardemente", diz Gilmar Mendes sobre Eduardo Bolsonaro Barroso diz que Moraes age com "bravura" e defende independência do STF Lula avalia pronunciamento em defesa de soberania e união entre Poderes Em tom firme, o magistrado destacou que continuará exercendo sua função jurisdicional e não irá se acovardar diante das ameaças. Veja os principais momentos do discurso:“Organização covarde e traiçoeira”Moraes iniciou sua fala dizendo que há uma organização criminosa que age de forma “covarde e traiçoeira” para submeter o funcionamento do STF ao crivo de um Estado estrangeiro.“Temos visto as ações de diversos brasileiros que estão sendo processados pela PGR ou investigados pela PF. Estamos verificando diversas condutas dolosas e conscientes de uma verdadeira organização criminosa que, de forma jamais vista, age de maneira covarde e traiçoeira para submeter o funcionamento do STF ao crivo de um Estado estrangeiro”, disse.Na última quarta-feira (30), o governo dos Estados Unidos aplicou a Lei Magnitsky contra o magistrado brasileiro. Autoridades americanas acusaram Moraes de realizar uma “caça às bruxas”, praticar censura e violar direitos humanos.Em um comunicado justificando a aplicação da lei, Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, afirmou que o ministro “assumiu a responsabilidade de ser juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas americanas e brasileiras”.“Traição à pátria”Moraes teceu criticas a pessoas que estão intermediando negociações com governos estrangeiros contra o Brasil. O ministro não citou nominalmente o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde março e é investigado por atuar de lá contra o Judiciário brasileiro.“Pseudo-patriotas encontram-se foragidos e escondidos fora do território nacional”, afirmou.O magistrado falou ainda em “traição à pátria” brasileira por quem admite que negociou a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, decisão formalizada pelos EUA na última quarta-feira (30).“Traição à pátria […] Como se glória houvesse na traição, assumindo a autoria de verdadeira intermediação com o governo estrangeiro para imposição de medidas econômicas contra o próprio país, resultando na taxação de 50%”, disse o ministro.“Agressões espúrias e ilegais contra autoridades brasileiras, tem por finalidade uma grave crise econômica no Brasil, que para desgosto desses brasileiros não ocorrerá”, acrescentou.“Milicianos do submundo do crime”Moraes comparou a atuação de réus e brasileiros que estão instigando ataques às autoridades públicas a “milicianos do submundo do crime”.“Essas condutas dessa organização criminosa caracterizam claros e expressos atos executórios de traição ao Brasil”, afirmou.O magistrado declarou que o grupo se engana ao pensar que a Suprema Corte irá se render ou se acovardar diante de ameaças.“Acham que estão lidando com pessoas da ‘laia’ deles. Acham que estão lidando também com milicianos. Mas não estão. Estão lidando com ministros da Suprema Corte. Engana-se essa organização criminosa ao esperar que a continuidade dessa torpe coação possa, de alguma forma, gerar uma covarde rendição dos Poderes constituídos. Enganam-se a esperar fraqueza institucionais”, afirmou.Vou “ignorar sanções”Ao final de sua fala, Alexandre Moraes afirmou que vai “ignorar as sanções que lhe foram aplicadas”, e seguir seu trabalho na Suprema Corte.“Esse relator vai ignorar as sanções que lhe foram aplicadas e continuar trabalhando como vem fazendo, tanto no Plenário quanto na Primeira Turma”, disse.Segundo o ministro, julgamento dos quatro núcleos da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado acontecerá ainda neste semestre.“Esta Corte continuará realizando sua missão Constitucional e, neste segundo semestre, realizará o julgamento e as conclusões dos quatro núcleos das importantes ações penais relacionadas à tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023”, afirmou.“As ações prosseguirão. O rito processual do STF não se adiantará, não se atrasará. O rito processual do STF irá ignorar as sanções praticadas. Este relator vai ignorar as sanções que foram aplicadas e continuar trabalhado como vem fazendo”, finalizou.Moraes diz que vai ignorar as sanções dos Estados Unidos | LIVE CNN