Guia de trilha se defende após morte de Juliana Marins em vulcão na Indonésia: “Não sou criminoso”

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Ali Musthofa, o guia envolvido na expedição que terminou com a morte da brasileira Juliana Marins no Monte Rinjani, na Indonésia, rompeu o silêncio e compartilhou detalhes angustiantes sobre o que aconteceu nos momentos que antecederam o desaparecimento da turista. Em relatos emocionados, ele tenta esclarecer sua versão dos fatos e se defender das acusações de negligência que vêm se acumulando nas redes sociais.“Vi que ela estava exausta. Ela era a mais lenta do grupo, mas eu tinha que cuidar de mais cinco pessoas. Disse para ela esperar um pouco, que eu voltaria logo. Quando voltei… ela já não estava mais lá”, contou Ali, com a voz embargada.Segundo ele, Juliana fazia parte de um grupo com mais cinco viajantes. Durante a subida, ela começou a apresentar sinais claros de exaustão. Por conta disso, ele teria pedido para que ela parasse e descansasse em um ponto da trilha, enquanto ele seguia adiante para checar o restante do grupo, prática comum em trilhas compartilhadas, segundo o guia.“Eu disse: ‘Espere aqui. Vou ver como os outros estão e volto.’ Esperei 30 minutos e nada dela aparecer. Quando voltei ao local onde a deixei, não a encontrei. Aí vi uma lanterna lá embaixo, no escuro. Cerca de 150 metros abaixo. Entrei em pânico.”Ali afirma ter tentado acionar ajuda imediatamente, mas o local era de difícil acesso, e a região onde Juliana teria caído era extremamente íngreme e perigosa. Ainda em choque, ele confessa que ficou com medo, confuso e devastado com o desfecho da história.“Não sou um criminoso. Estou destruído. Ela confiou em mim, e agora está morta. Eu só queria poder pedir desculpas”, desabafou.A versão de Ali vem à tona em meio a críticas e julgamentos na internet. Muitos internautas o acusaram de abandonar a turista, enquanto outros apontam a juventude e a pressão que ele enfrentava ao liderar um grupo numeroso numa trilha considerada desafiadora. O guia garante que nunca viveu algo parecido.“Eu nunca passei por isso. Faço essa trilha há dois anos. Sempre volto com todos em segurança. Mas agora… essa tragédia”, lamentou.A investigação continua em andamento, mas, enquanto isso, o jovem tenta lidar com o peso da tragédia que marcou sua vida.“As pessoas estão dizendo que eu a abandonei. Mas não sabem o que eu vi, o que eu senti. Eu a vi sorrindo naquela manhã. Jamais pensei que seria a última vez.”