Início do tarifaço se aproxima sem gestos concretos entre Lula e Trump

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O Brasil se aproxima do início da entrada em vigor do tarifaço americano de 50% sem gestos concretos entre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para negociar.A sobretaxação passa a valer a partir de sexta-feira (1º).Nesta segunda-feira (28), o principal articulador do assunto, Geraldo Alckmin (PSB) – vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços –, negou ter tratado com Lula uma eventual ligação a Trump, por exemplo. Leia Mais: Haddad: Brasil espera resposta dos EUA antes de agir contra tarifaço Eduardo diz atuar para que missão de senadores não tenha diálogo nos EUA Análise: investimento dos EUA no Brasil representa 34% do total Dentro da comitiva de senadores brasileiros que estão em Washington D.C. tentando abrir um caminho de diálogo, há quem defenda que Lula ligue para Trump. Consideram que se chegou a um ponto em que não há muito mais a perder.Ao mesmo tempo, há quem considere que um telefonema de Lula a Trump a essa altura seria uma espécie de gesto de desespero e não teria o efeito desejado. Pelo contrário, poderia colocar o Brasil numa posição de subserviência ao ver do governo americano.No Planalto, o tom é de que o Brasil está aberto a negociar, mas sem abrir mão de qualquer ponto que possa ser visto como perda de soberania.A três dias do fim do prazo para o tarifaço, o presidente Lula sancionou na segunda-feira (28) um programa que facilita a exportação de micro e pequenas empresas brasileiras.Mais cedo, ele voltou a culpar a família Bolsonaro pela ameaça da taxação e cobrou mais abertura por parte dos Estados Unidos.“Eu espero que o presidente dos Estados Unidos reflita a importância do Brasil e resolva fazer o que num mundo civilizado a gente faz. Tem divergência? Senta numa mesa, coloca a divergência de lado e vamos resolver, e não de uma forma abrupta, individual de tomar a decisão que vai taxar o Brasil em 50%.”O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está em Nova York para agendas de trabalho na ONU (Organização das Nações Unidas).Vieira não descarta esticar a viagem a Washington se houver uma sinalização direta de que será recebido pelo alto escalão de Trump, o que ainda não aconteceu.Enquanto isso, a previsão é que os senadores brasileiros se reúnam nesta terça-feira (29) com alguns parlamentares democratas e republicanos. A princípio, porém, não há encontro previsto com autoridades do governo Trump.A avaliação é que a diplomacia parlamentar é importante para marcar presença e demonstrar interesse, além de alinhar discursos, mas qualquer resolução tem de passar por um entendimento entre os dois governos.