SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa fechou em queda pela terceira sessão seguida nesta segunda-feira, marcando uma mínima em mais de três meses em novo pregão com volume financeiro reduzido, sem sinais de mudanças nos planos dos Estados Unidos de adotar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir da sexta-feira.Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,04%, a 132.129,26 pontos, menor patamar de fechamento desde 22 de abril, tendo marcado 131.550,39 pontos na mínima e 133.901,70 pontos na máxima do dia.O volume financeiro somou R$17,64 bilhões, novamente abaixo das médias diárias do mês (R$20,58 bilhões) e do ano (R$24,26 bilhões).O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta segunda-feira ao presidente norte-americano, Donald Trump, que reflita sobre a importância do Brasil e negocie a imposição de tarifas comerciais ao país. Mas, diferentemente de outras nações com quem Washington tem negociado e fechado acordos, não há qualquer sinal de conversa.Na visão de analistas do BB Investimentos, o Ibovespa deve definir um rumo quando houver mais clareza em relação às tarifas, com o cenário atual também elevando no curto prazo a volatilidade de ações de empresas que exportam mais aos EUA, conforme relatório a clientes.Leia tambémIbovespa tem a terceira sessão seguida de queda, com tarifaço e Super Quarta no radarPrincipais índices nos EUA fecham mistos e sem força, mesmo com acordo entre EUA e União EuropeiaDólar hoje sobe a R$ 5,59, com acordo EUA-UE e ameaça de tarifa sobre o BrasilAlguns senadores buscam um acordo comercial faltando poucos dias para implementação do tarifaçoCom o desempenho desta segunda-feira, o Ibovespa agora acumula uma queda de 4,84% no mês, distanciando-se dos recordes registrados no começo de julho, quando chegou a ultrapassar 141 mil pontos durante o pregão.Em Wall Street, o S&P 500 e o Nasdaq renovaram máximas após um acordo comercial entre os EUA e a União Europeia, com agentes também se preparando para uma semana decisiva com balanços, decisão do Federal Reserve e um prazo iminente para a imposição de tarifas.De acordo com a equipe do BB Investimentos, a temporada de resultados do segundo trimestre no Brasil também deve seguir influenciando as expectativas. Nesta semana, Bradesco (BBDC4), Santander Brasil (SANB11), CSN (CSNA3), Vale (VALE3), Ambev (ABEV3), entre outros, divulgam balanços.Leia tambémResultados da semana: Vale, Bradesco, Santander, Ambev são destaques do 2T25Siderúrgicas, como CSN e Gerdau, também divulgam seus números nos próximos diasDESTAQUESVALE ON (VALE3) caiu 0,97%, tendo como pano de fundo a queda dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou as negociações diurnas com declínio de 1,75%. Em dia negativo no setor, CSN (CSNA3) fechou em baixa de 4%.PETROBRAS PN (PETR4) valorizou-se 0,13%, endossada pela alta dos preços do petróleo no exterior, com barril do Brent, usado como referência pela estatal, fechando com ganho de 2,34%. A companhia anunciou corte do preço do gás natural para distribuidoras em 14%, em média, a partir de agosto.ITAÚ PN (ITUB4) caiu 2,1%, após dados do Banco Central mostrarem queda em concessões de crédito em junho e inadimplência na máxima desde 2018. BRADESCO PN (BBDC4) recuou 0,77%, BANCO DO BRASIL ON (BBAS3) perdeu 1,48% e SANTANDER BRASIL UNIT (SANB11) desvalorizou-se 0,38%.BTG PACTUAL UNIT (BPAC11) cedeu 2,21%, tendo no radar anúncio de que entrou no Uruguai com a aquisição das operações do HSBC no país por US$175 milhões (R$973 milhões), ampliando a presença na América Latina e reforçando a posição de maior banco de investimento na região.MAGAZINE LUIZA (MGLU3) caiu 4,27%, com analistas do Citi reiterando venda/alto risco para a ação e reduzindo o preço-alvo de R$7,70 para R$6,80, com corte na previsão para o lucro de 2026 em 19%. “Os ventos contrários à demanda persistem enquanto a concorrência online piora”, afirmaram.AMBEV (ABEV3) perdeu 3,04%, tendo como pano de fundo resultado trimestral da Heineken, no qual o grupo citou queda de um dígito baixo no volume de cerveja no Brasil no primeiro semestre e declínio orgânico de um dígito médio na receita líquida. A Ambev reporta seus números na quinta-feira.SÃO MARTINHO (SMTO3) subiu 3,56%, com o JPMorgan reiterando “overweight” para o papel e estabelecendo preço-alvo de R$30 para o final de 2026, ante R$28 para o final de 2025. “Parece barata demais para ser ignorada neste momento, especialmente considerando nosso otimismo em relação ao açúcar.”GRUPO ULTRA (UGPA3) fechou em alta de 2,18%, mantendo o tom positivo do final da semana passada, quando analistas destacaram que a empresa ganhou participação de mercado em junho, além da expectativa pelo Programa Gás para Todos. VIBRA (VBBR3) recuou 0,14%.WEG (WEGE3) fechou em alta de 2,03%, experimentando mais um dia de trégua em meio a pressões vendedoras relacionadas às tarifas norte-americanas e ao resultado abaixo do esperado do segundo trimestre. No mês, a ação acumula queda de 13,73%.SÃO CARLOS (SCAR3), que não faz parte do Ibovespa, subiu 7,31%, após anunciar a venda de um portfólio de oito ativos de escritórios por R$837,2 milhões para um novo fundo imobiliário.The post Ibovespa recua 1% e fecha na mínima em mais de três meses com tarifas dos EUA appeared first on InfoMoney.