Presidente do Egito pede que Trump acabe com a guerra e leve ajuda à Gaza

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O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, pediu nesta segunda-feira (28) ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que envide todos os esforços para pôr fim à guerra em Gaza e permitir a entrada de ajuda humanitária no território palestino destruído.Sisi e Trump mantêm relações cordiais há muito tempo. Egito, Catar e EUA vêm mediando a busca por um cessar-fogo entre Israel e o grupo palestino Hamas desde o início da guerra em 7 de outubro de 2023.“Dirijo esta mensagem especial ao presidente Trump: por favor, envidem todos os esforços para pôr fim a esta guerra e permitir a entrada de ajuda”, disse Sisi em um discurso televisionado. Ele acrescentou que o presidente americano era alguém “capaz de parar a guerra”. Vídeo: Israel começa a enviar ajuda aérea para Gaza Hamas diz que não faz sentido continuar negociações por cessar-fogo Netanyahu diz que "não há fome em Gaza" durante discurso em evento cristão A última rodada de negociações indiretas de cessar-fogo em Doha entre Israel e o Hamas foi interrompida na semana passada sem acordo à vista, enquanto os mediadores lutam para preencher as lacunas entre os dois lados.Sisi afirmou que o país estava trabalhando para garantir a entrada do maior volume possível de ajuda em Gaza nos últimos meses, mas que a coordenação entre Israel e Egito era necessária para isso.“Não podemos negar ajuda ao enclave, mas para que a ajuda chegue, é necessária coordenação com o outro lado”, afirmou Sisi.Entrada de ajudaCaminhões de ajuda humanitária começaram a se deslocar do Egito para Gaza no domingo (27), após meses de crescente pressão internacional e alertas de organizações humanitárias sobre a fome que se espalha pela pequena Faixa costeira de Gaza, devido ao bloqueio israelense.Amenizando as restrições, Israel realizou um lançamento aéreo e anunciou uma série de medidas durante o fim de semana, incluindo pausas humanitárias diárias em três áreas de Gaza e novos corredores seguros para comboios de ajuda humanitária.Mas um fornecimento constante de ajuda a longo prazo é necessário para combater o agravamento da crise de fome em Gaza, alegaram agências humanitárias da ONU nesta segunda-feira (28).Entenda o conflito na Faixa de GazaIsrael realiza intensos ataques na Faixa de Gaza desde outubro de 2023, após o Hamas ter lançado um ataque terrorista contra o país.Entre 7 de outubro de 2023 e 13 de julho de 2025, o Ministério da Saúde de Gaza informou que pelo menos 58 mil palestinos foram mortos e mais de 138 mil ficaram feridos. Isso inclui mais de 7.200 mortos desde o fim do cessar-fogo em 18 de março deste ano.O Ministério não distingue entre civis e combatentes do Hamas em sua contagem, mas afirma que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças. Israel afirma que pelo menos 20 mil são combatentes.A ONU (Organização das Nações Unidas) informou em 11 de julho deste ano que 798 pessoas foram mortas tentando obter alimentos desde o final de maio, quando a GHF (Fundação Humanitária de Gaza), sediada nos EUA, começou a distribuir alimentos. Dessas mortes, 615 foram registradas perto de locais da GHF e 183 nas rotas de comboios de ajuda humanitária, principalmente da ONU.O Escritório Central de Estatísticas da Palestina disse em 10 de julho que a população de Gaza havia caído de 2.226.544 em 2023 para 2.129.724. Estima-se que cerca de 100 mil palestinos tenham deixado Gaza desde o início da guerra.Entre 7 de outubro de 2023 e 13 de julho de 2025, segundo fontes oficiais israelenses, quase 1.650 israelenses e estrangeiros foram mortos em decorrência do conflito.Isso inclui 1.200 mortos em 7 de outubro e 446 soldados mortos em Gaza ou ao longo da fronteira com Israel desde o início da operação terrestre em outubro de 2023. Destes, 37 soldados foram mortos e 197 feridos desde o recrudescimento das hostilidades em março. Estima-se que 50 israelenses e estrangeiros permaneçam reféns em Gaza, incluindo 28 reféns que foram declarados mortos e cujos corpos estão sendo retidos.Desde 18 de março deste ano, as Forças Armadas israelenses emitiram 54 ordens de deslocamento, abrangendo cerca de 81% da Faixa de Gaza.O PMA (Programa Mundial de Alimentos) da ONU afirmou que isso significou que mais de 700 mil pessoas foram forçadas a se deslocar durante esse período.Em 9 de julho, 86% da Faixa de Gaza estava dentro de zonas militarizadas israelenses ou sob ordens de deslocamento. Muitas pessoas buscaram refúgio em locais de deslocamento superlotados, abrigos improvisados, prédios e ruas danificados.