A personagem Marisa Maiô surfou na onda dos apresentadores feitos por IA (imagem: reprodução/Raony Philips) Resumo Um estudo da Microsoft revela que apenas 62% dos participantes conseguem identificar imagens geradas por IA.A pesquisa destaca que as pessoas têm mais facilidade em identificar rostos humanos artificiais.A Microsoft está desenvolvendo ferramentas para melhorar a detecção de imagens geradas por IA, com uma taxa de sucesso superior a 95%.Você se considera bom em identificar imagens geradas por IA? Pois saiba que você está fora da curva, já que um estudo conduzido por pesquisadores do laboratório AI for Good, da Microsoft, indica que muita gente tem, sim, dificuldade em fazer essa distinção.A pesquisa, baseada em um teste online com milhares de participantes, aponta que a taxa de acerto geral para identificar o conteúdo sintético é de 62%. Os próprios pesquisadores classificam o resultado, obtido a partir de mais de 287 mil avaliações de imagens, como “pouco melhor do que jogar uma moeda para o ar”.Apesar do fraco resultado geral, o levantamento mostra que os participantes são mais eficientes em identificar rostos humanos do que paisagens.Taxa de acerto média em jogo de identificar IA é de 62% (imagem: reprodução)Pouco melhor que o acasoPara chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram os resultados de um quiz online chamado Real or Not, lançado pela própria Microsoft em agosto de 2024. Nele, os usuários precisam dizer se uma imagem é real ou gerada por IA. Entre as imagens estão animais, objetos e pessoas em diversos cenários.Mais de 12.500 pessoas do mundo todo participaram. A taxa de acerto para identificar as imagens de IA foi de 63%, enquanto a taxa para identificar as imagens reais foi de 59%. A média geral foi de 62%.Segundo os pesquisadores, a IA generativa está evoluindo muito rápido e novas IAs são lançadas com frequência, com resultados ainda mais realistas. Com isso, o relatório conclui que os resultados “provavelmente superestimam a capacidade atual das pessoas de distinguir imagens geradas por IA das reais”. Ou seja, a habilidade média de detecção, que já é baixa, pode ser ainda pior do que o estudo conseguiu medir. Facilidade com rostos humanosPesquisa levantou dados do jogo Real or Not (imagem: Felipe Faustino/Tecnoblog)A pesquisa também levanta alguns dados sobre o que costuma enganar com mais facilidades. Entre eles, a taxa de acerto para imagens de pessoas foi de 65%, pouco maior do que objetos (62%) e cenários urbanos (61%). Já quando o assunto são as fotos da natureza, o índice caiu para 59% — ou seja, somos um pouco melhores em identificar rostos humanos artificiais.Quanto a essa facilidade, há muito tempo a ciência já cunhou o conceito de Vale da Estranheza (ou do Estranho), fenômeno inicialmente relacionado a robôs com aparência humana. O vale simboliza um ponto em que sentimos aversão de representações gráficas que são próximas da aparência humana, mas que ainda não chegaram à perfeição. O termo se tornou ainda mais popular nos últimos anos, com a evolução de gráficos de videogame e dos efeitos visuais no cinema.Ainda que o levantamento da Microsoft não cite o Vale da Estranheza, os pesquisadores consideram uma hipótese complementar: nosso cérebro seria biologicamente “programado” para reconhecer faces e suas sutilezas. Dessa forma, qualquer distorção em um rosto (um olho ligeiramente assimétrico, texturas estranhas na pele etc) tenderia a acender um alerta no subconsciente.Já quando se trata de uma paisagem, elementos como uma iluminação incomum ou uma árvore com galhos estranhos, por exemplo, podem passar despercebidos.Ferramentas para identificar IASe o olho humano falha, a solução para a Microsoft, ironicamente, pode estar na própria tecnologia. O time responsável pela pesquisa está desenvolvendo uma ferramenta de detecção que, segundo a equipe, tem uma taxa de sucesso superior a 95% na identificação do que é real ou não. Rótulos de IA no Instagram informam usuários de uso da tecnologia (Imagem: Divulgação/Meta)Entretanto, os autores reforçam que há necessidade de mais transparência no uso de IA generativa. Para eles, os meios de comunicação podem informar o público com aplicação de credenciais de conteúdo — como os rótulos de imagens criadas por IA generativa do Instagram — e marcas d’água. Com informações de Windows Central e ArxivEstudo comprova que muita gente não consegue reconhecer imagens feitas por IA