“Não é bem-vindo”: protestos marcam visita de Trump à Escócia

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“Não é bem-vindo“: centenas de pessoas protestaram nesse sábado (26/7) em Edimburgo e Aberdeen, na Escócia, contra a visita do presidente dos EUA, Donald Trump – que, ao mesmo tempo, praticava golfe em seu campo particular em Turnberry, sob um forte esquema de segurança. No fim do dia, o presidente americano anunciou ter obtido avanços para um cessar-fogo entre a Tailândia e o Camboja, em confronto desde quinta-feira (24/7).Acompanhado de seu filho Eric e do embaixador dos Estados Unidos no Reino Unido, deu suas primeiras tacadas de golfe pela manhã, no resort de luxo da empresa familiar dele.A chegada do presidente americano, na noite da véspera, transformou a região pitoresca e tranquila de Turnberry, no sudoeste da Escócia, em uma verdadeira fortaleza, com estradas fechadas e inúmeros postos de controle policial.Donald Trump tem reiterado sua admiração pelo país, onde sua mãe nasceu e foi criada. Mas suas políticas e os investimentos locais de seu grupo familiar geraram polêmica. A viagem, que combina lazer, negociações comerciais com a União Europeia e diplomacia, dividiu os habitantes. Leia também Mundo Escócia: risco de protestos mobiliza megarrede de segurança para Trump Mundo Trump quer discutir desarmamento nuclear com a Rússia Mundo Trump aponta chance de 50% para fechar acordo com a UE sobre tarifas O grupo “Coalizão Stop Trump” havia convocado protestos contra a visita. Centenas de pessoas se reuniram em frente ao consulado dos Estados Unidos em Edimburgo, capital da Escócia, e na cidade de Aberdeen, o centro econômico do nordeste do país. Donald Trump possui um segundo resort de golfe na cidade, que ele também deve visitar durante a estadia de dois dias.Alguns participantes seguravam cartazes dizendo “A Escócia odeia Trump”. Outros agitavam bandeiras palestinas.Recebido por apoiadoresEm Aberdeen, um homem segurou um cartaz com o rosto do presidente americano vermelho com chifres de diabo, de acordo com imagens filmadas pela AFP. “Ele não só não é bem-vindo aqui, como tudo o que suas políticas representam também não é bem-vindo”, disse Maggie Chapman, deputada do Partido Verde Escocês em Aberdeen.“Ele é sexista, misógino (…) e tudo o que lhe importa é seu próprio ganho pessoal”, denunciou ela, acusando o resort de Trump – onde um segundo campo de golfe será inaugurado nos próximos meses –, de ter levado à destruição de um patrimônio natural regional.“Estou aqui por causa do genocídio em Gaza, financiado e viabilizado pelos governos britânico e americano”, protestou Amy Hanlon, 44 anos, que trabalha com marketing on-line.A visita do presidente americano desencadeou uma grande operação de segurança, para a qual a polícia escocesa obteve reforços de outras agências de segurança em todo o país.Na sexta-feira (25/7) à noite, dezenas de apoiadores do presidente americano o esperaram no Aeroporto de Prestwick, a sudoeste de Glasgow, na tentativa de vê-lo. “A melhor coisa sobre Trump é que ele não é um político. (…) Acho que ele defende os interesses de seu país acima de tudo”, disse Lee McLean, 46, da cidade vizinha de Kilmarnock, à AFP.Mediação entre Tailândia e CambojaHoras depois da partida de golfe, o presidente americano disse em sua rede social Truth que estava em negociações com os líderes de Camboja e da Tailândia para chegar a um cessar-fogo entre os dois países, que estão em desacordo há semanas, devido a uma disputa de fronteira.Em uma série de mensagens, Trump informou que havia conversado com os líderes dos dois países asiáticos e eles concordaram em se reunir imediatamente para trabalhar em direção ao fim das hostilidades, após três dias de confrontos que já deixaram pelo menos 33 mortos. Tailândia e Camboja acusam-se mutuamente de agressão e pedem negociações.“Eles concordaram em se reunir imediatamente e chegar rapidamente a um acordo de cessar-fogo”, escreveu o presidente dos Estados Unidos. Donald Trump indicou que as duas “conversas foram muito boas” e disse ter esperança de que os dois vizinhos se deem bem por muitos anos.Mais cedo, ele já havia anunciado que estava conversando com os líderes do Camboja e da Tailândia, enfatizando que ambos os lados queriam um “cessar-fogo imediato e paz”. Uma longa disputa de fronteira entre os dois países se transformou na quinta-feira em confrontos envolvendo aviões de guerra, tanques, tropas terrestres e artilharia.O número de mortos supera o da série anterior de grandes confrontos fronteiriços entre os dois países, que deixou 28 mortos entre 2008 e 2011. Esse nível de violência não era visto desde 2011, levando o Conselho de Segurança da ONU a convocar uma reunião de emergência.Pauta comercial com a UE e Reino UnidoNeste domingo, Trump deve se reunir com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para discutir o acordo comercial que a União Europeia espera concluir com os Estados Unidos para evitar a disparada das tarifas de importação entre os dois, maiores parceiros comerciais do planeta. As chances são de “50-50”, antecipou ele na sexta-feira.A muitos dos parceiros comerciais dos Estados Unidos, ele impôs o prazo de 1º de agosto para chegarem a um acordo que evitaria tarifas elevadas, algumas das quais já estão sendo impostas. A Casa Branca não deu detalhes sobre a reunião ou os termos do acordo que parece estar emergindo.