O relatório de meio de ano publicado pela Chainalysis na quinta-feira (17) mostra que a região Ásia-Pacífico agora ocupa o segundo lugar em roubos de Bitcoin.Enquanto a América do Norte lidera em volume total de furtos, a Ásia se destaca pela combinação de ataques patrocinados por Estados, agressões violentas e redes complexas de lavagem de dinheiro. Japão, Indonésia e Coreia do Sul estão entre os países com maior número de vítimas, e a região como um todo ocupa a terceira posição em perdas de Ethereum.O ecossistema de crimes com criptomoedas na região se transformou em uma teia complexa, onde hackers da Coreia do Norte executam roubos bilionários, organizações criminosas sequestram executivos para exigir resgate e plataformas financeiras locais servem como canais involuntários para lavagem de fundos roubados.Um exemplo é o hack de US$ 1,5 bilhão contra a Bybit, ligado à Coreia do Norte, considerado o maior do setor e que evidencia a escala das ameaças com vínculos estatais na região.“Agentes ilícitos podem tentar lavar e eventualmente sacar fundos por meio de qualquer serviço com liquidez suficiente”, disse Eric Jardine, líder de pesquisa em crimes cibernéticos da Chainalysis, ao Decrypt.Questionado sobre padrões regionais de como os crimes com cripto impactam a confiança das comunidades asiáticas, Jardine afirmou ao Decrypt que faltam dados sistemáticos sobre o tema.“Eventos negativos podem, sem dúvida, afetar a confiança das pessoas, então é razoável supor que ataques frequentes com cripto prejudiquem o sentimento em relação a esses ativos”, disse ele, acrescentando que fatores como comportamento do usuário, causa do roubo e resposta das autoridades também moldam a reação pública.‘Custo humano real’A Chainalysis destacou o assassinato de Anson Que, magnata sino-filipino do setor de aço, como um caso emblemático da crescente sobreposição entre o mundo cripto e o crime violento.O caso exemplifica um padrão mais amplo observado na Ásia, onde “wrench attacks” — termo usado para descrever agressões físicas com o objetivo de roubar criptoativos — aumentaram em paralelo com as variações no preço do Bitcoin.Em março do ano passado, Que e seu motorista foram sequestrados na província de Bulacan, e seus corpos foram encontrados depois, amarrados e espancados, na vizinha Rizal.Segundo a investigação coordenada entre a Chainalysis e a polícia filipina, os sequestradores usaram operadores de cassinos e canais de pagamento com cripto para receber o resgate. A empresa também trabalhou com a Tether para congelar parte do valor pago, que estava em USDT.Inicialmente, as autoridades estimaram o valor do resgate em ₱20 milhões, mas depois confirmaram que ₱200 milhões (cerca de US$ 3,5 milhões) foram lavados em cripto por meio de carteiras digitais de cassinos e contas de fachada.A perda trágica de Que e de seu associado, Pabillo, “nos lembra do custo humano real por trás desses crimes”, afirmou a Chainalysis.Ainda assim, a empresa argumenta que o caso demonstra como a natureza imutável da blockchain “pode ser uma ferramenta poderosa para a justiça”, garantindo que “aqueles que exploram os outros não possam simplesmente desaparecer nas sombras digitais”.Reconhecendo os desafios de segurança enfrentados pelo ecossistema cripto na Ásia, Jardine disse ao Decrypt que, embora “a conscientização limitada sobre as ameaças e a indisponibilidade de ferramentas sejam claramente um desafio”, a indústria precisa agir.“O ecossistema como um todo tem a responsabilidade de melhorar o acesso de todos às criptomoedas”, afirmou, “garantindo que isso possa ser feito de forma eficaz e com riscos mínimos”.* Traduzido e editado com autorização do DecryptNo MB, a sua indicação vale Bitcoin para você e seus amigos. Para cada amigo que abrir uma conta e investir, vocês ganham recompensas exclusivas. Saiba mais!O post Ásia se torna principal foco de crimes violentos com criptomoedas, diz Chainalysis apareceu primeiro em Portal do Bitcoin.