Com as restrições que Alexandre de Moraes impôs a Jair Bolsonaro por considerar que o ex-presidente atuou para induzir Donald Trump a tarifar o Brasil, principalmente a proibição de usar redes sociais, o bolsonarismo dá sinais de que já escolheu a ex-primeira-dama Michelle para ascender ao papel de principal porta-voz da oposição a Lula.Depois de visitá-la na mesma manhã da batida da PF na casa do ex-presidente, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) alçou Michelle ao topo da hierarquia. “Bolsonaro vai se calar e quem vai nos conduzir neste momento é a maior líder da oposição, a maior líder da nação conservadora”, declarou a ex-ministra dos Direitos Humanos.Já colando na ex-primeira-dama a mesma narrativa de perseguição política e judicial que Bolsonaro tanto propaga, Damares questionou por que policiais federais “entraram na casa fortemente armados e por que forjaram dentro da casa dele uma situação de tamanho constrangimento a uma mulher de pijama”.“O que fizeram com a esposa de Bolsonaro, se era apenas para conduzi-lo para colocar uma tornozeleira…”, reclamou a senadora. “Eu só espero – viu, Suprema Corte? –, que essas imagens não vazem, mas encontraram lá uma mãe que, como uma leoa, brigou por sua filha e que, como uma esposa, brigou por seu lar.”Levantamento da Ativaweb Group sobre o comportamento das redes sociais na manhã de sexta, quando a Polícia Federal cumpriu o mandado contra o ex-presidente, mostra que o deslocamento de influência no eleitorado bolsonarista já aparece também no universo digital.“A tentativa de silenciar Bolsonaro nas redes não apagou sua presença digital. Apenas a descentralizou. Perfis como o de Michelle Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e grupos como ‘Fechados com Bolsonaro’ rapidamente assumiram o papel de retransmitir as mensagens do movimento, adaptando o discurso para manter acesa a indignação da base”, diz o estudo.O post Bolsonarismo espera ascensão de Michelle após medidas contra ex-presidente apareceu primeiro em Vitrine do Cariri.