Imagine um país como uma grande empresa. Para inovar, crescer e se destacar no cenário mundial, ela precisa contratar os melhores profissionais de qualquer lugar do planeta. Com um mundo cada vez mais conectado, onde o conhecimento circula em tempo real e a transformação digital acelera os negócios, não faz sentido fechar as portas para quem pode somar. É nesse cenário que surge uma discussão cada vez mais relevante: o papel dos profissionais altamente qualificados que cruzam fronteiras em busca de novas oportunidades. Aqui vamos explorar por que essa movimentação impacta diretamente não só a vida de quem migra, mas o desenvolvimento e o futuro das nações que os recebem. Imigração qualificada que vira estratégia nacional Os Estados Unidos por exemplo vêm se mostrando abertos na entrada de brasileiros ultracapacitados. Segundo a BBC News Brasil, a quantidade de brasileiros altamente qualificados que emigram para os EUA atingiu níveis recordes em 2024, principalmente através de vistos como o EB-1A e o H‑1B, voltados para profissionais com formação avançada, atuação científica, tecnológica ou acadêmica. Esses brasileiros estão levando inovação, conhecimento técnico e uma bagagem que contribui diretamente com a economia e com o avanço de setores estratégicos dos países que os recebem. Imigrantes qualificados não trazem apenas diplomas, mas também experiências práticas, visão estratégica e vontade de contribuir. Mesmo com medidas rígidas contra a imigração irregular, o presidente dos EUA Donald Trump já declarou apoio a imigrantes qualificados, destacando a importância de talentos extraordinários para o crescimento dos EUA, como no caso do visto H-1B. Por que investir em talentos estrangeiros? Os imigrantes qualificados têm um papel fundamental no crescimento de qualquer nação. Eles ajudam a suprir a falta de mão de obra especializada, contribuem com inovação e aumentam a competitividade no mercado global. Muitos ocupam posições que empresas locais têm dificuldade para preencher seja em tecnologia, engenharia, saúde, educação ou comunicação digital. Além disso, esses profissionais normalmente têm um alto grau de escolaridade e trazem um olhar diferente sobre problemas antigos. Outro ponto importante: imigrantes qualificados, em sua maioria, pagam mais impostos do que consomem em serviços públicos, ou seja, além de movimentarem a economia, ainda colaboram para o equilíbrio fiscal do país que os recebe. Impacto direto na ciência e na tecnologia Cientistas, pesquisadores e engenheiros imigrantes têm papel central no avanço das tecnologias de ponta. Segundo o National Science Foundation (2024), quase 60% dos cientistas e engenheiros com doutorado em computação, matemática e engenharias nos EUA são nascidos fora do país. Eles estão por trás de descobertas científicas, publicações acadêmicas, patentes tecnológicas e projetos de IA, biotecnologia e energias renováveis. Para se ter ideia, mais de 40% dos ganhadores do Prêmio Nobel nos Estados Unidos nas últimas décadas nasceram fora do país. O que está em jogo para o país Recusar imigrantes qualificados é abrir mão de crescimento. Diversos estudos já mostraram que países que limitam a entrada desses profissionais sofrem impacto direto no PIB, perdem capacidade de inovação e ficam para trás na corrida tecnológica. Além disso, há um fator demográfico importante: em muitas nações desenvolvidas, a população está envelhecendo. Isso significa menos gente trabalhando, menos consumo e menos arrecadação. Imigrantes qualificados ajudam a equilibrar essa balança. No Brasil, por exemplo, ainda engatinhamos nessa discussão. Mas já é possível perceber os benefícios nas empresas de tecnologia, nos setores criativos e até no marketing digital, onde profissionais estrangeiros vêm contribuindo para campanhas mais criativas, segmentadas e internacionalizadas. Caso Real: “Muitos mercados estão em expansão fora do Brasil. Setores como Tecnologia, Marketing Digital, Terapias Integrativas, Medicina Veterinária, entre outros, já representam excelentes oportunidades para os brasileiros se destacarem internacionalmente.” Destaca Michel Souza, Tecnólogo em Marketing, especializado em Social Media. Michel esteve em 2024 a convite do Ministro de Tecnologia de Angola, representando oficialmente a Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados (APDADOS.ORG) no ANGOTIC – o maior evento de inovação e tecnologia digital de Angola. Na ocasião, palestrou abordando o tema “A Mídia Digital e os Desafios das Novas Tecnologias na Comunicação Social”, trazendo uma análise estratégica sobre os impactos da transformação digital nos meios de comunicação e os desafios da desinformação nas redes sociais. A globalização e a transformação digital deixaram claro: talento não tem fronteiras. Ignorar isso é escolher ficar para trás. Imigrantes qualificados não são ameaça, são oportunidade. São pessoas que querem trabalhar, contribuir, inovar e crescer junto com o país que os acolhe. São peças-chave no avanço tecnológico, na educação, na saúde, no empreendedorismo e na comunicação digital. Quer se aprofundar no assunto, tem alguma dúvida, comentário ou quer compartilhar sua experiência nesse tema? Escreva para mim no Instagram: @davisalvesphd. Leia também Como o setor de TI pode ser impactado com as taxas de 50% impostas pelos EUA?