a prisão preventiva do rapper Oruam, cujo nome verdadeiro é Mauro Davi Nepomuceno dos Santos, foi mantida pela Justiça do Rio de Janeiro em uma audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (25), na Central de Custódias de Benfica, na Zona Norte do Rio, que analisou a legalidade da prisão.A decisão foi tomada pela juíza Rachel Assad da Cunha, que atendeu ao pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), com base nos requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal, que cita a necessidade de garantir a ordem pública, a ordem econômica, a conveniência da instrução criminal e a aplicação da lei penal.O cantor está preso desde terça-feira, quando se apresentou na Cidade da Polícia após sua preventiva ser decretada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).Oruam foi indiciado por sete crimes: tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência, desacato, dano ao patrimônio público, ameaça e lesão corporal. As acusações decorrem de um confronto na noite de 21 de julho de 2025, em sua residência no bairro do Joá, Zona Oeste do Rio, quando agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) tentaram cumprir um mandado de busca e apreensão contra um adolescente de 17 anos, conhecido como Menor Piu, suspeito de roubo de veículos e de atuar como segurança de Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, líder do Comando Vermelho no Complexo da Penha. Durante a operação, Oruam teria incitado a resistência, lançado pedras contra os policiais, ferido um agente e xingado o delegado Moysés Santana, além de convocar seguidores pelas redes sociais para interferir na ação policial, o que resultou na fuga do adolescente.Oruam se entregou à polícia na Cidade da Polícia, em Jacarezinho, por volta das 18h de 22 de julho de 2025, acompanhado de sua mãe, Márcia Nepomuceno, sua noiva, Fernanda Valença, e advogados. Ele pediu desculpas publicamente, afirmou viver de sua música e negou envolvimento com organizações criminosas, alegando abuso de autoridade por parte da polícia. A defesa do rapper argumenta que a prisão carece de evidências concretas e que as acusações, especialmente as relacionadas ao tráfico, são baseadas em presunções devido ao seu perfil de jovem negro e periférico. No entanto, a Polícia Civil, por meio do secretário Felipe Curi, afirma que Oruam tem ligações com o Comando Vermelho, reforçando que sua casa já foi alvo de operações anteriores, como em fevereiro de 2025, quando um foragido por organização criminosa foi encontrado no local.A prisão preventiva não tem prazo definido e será reavaliada a cada 90 dias. O caso também reacende debates sobre a criminalização do funk e projetos de lei “Anti-Oruam”, que buscam proibir letras ou performances que façam apologia ao crime.