O Exército de Israel matou neste domingo pelo menos 52 palestinos e feriu 120 após abrir fogo contra um grupo que aguardava a chegada de caminhões com farinha na cidade de Beit Lahia (norte), enquanto outros dois foram mortos em Rafah (sul) perto de um dos pontos de distribuição de ajuda apoiados pelos Estados Unidos, segundo confirmaram à Agência EFE fontes médicas. Os corpos de 31 palestinos chegaram ao Hospital Al Shifa, na capital de Gaza, depois que soldados israelenses abriram fogo perto do posto de controle militar de Zikim, confirmou uma fonte deste centro médico. Para outra clínica na área, foram levados outros 19 corpos. Alguns cadáveres ainda estão nas ruas, segundo informou a agência oficial palestina de notícias “Wafa”.Pouco depois, dois corpos, além de 120 feridos, alguns em estado grave, chegaram ao Hospital de Campanha Al Saraya, na Cidade de Gaza, relatou à EFE a porta-voz da Crescente Vermelho Palestino, Nebal Farkash. Este centro foi obrigado a disponibilizar novos leitos, após ser sobrecarregado pelo número de pacientes, acrescentou a porta-voz. Nesta manhã, milhares de palestinos se aproximaram deste checkpoint em Beit Lahia após saberem que caminhões com farinha chegariam ali. Quando isso aconteceu, pelo menos cinco veículos foram saqueados, de acordo com testemunhas. No sul de Gaza, no bairro Saudita em Rafah, pelo menos dois palestinos morreram por disparos perto do ponto de distribuição da controversa Fundação Humanitária para Gaza (GHF, em inglês), segundo uma fonte no necrotério do Hospital Nasser.Eventos letais como este se repetem diariamente, já que essa organização, apoiada pelos Estados Unidos, distribui alimentos de forma muito limitada em complexos militarizados, com as tropas israelenses posicionadas a apenas dois quilômetros e, segundo revelou uma investigação recente do jornal “Haaretz”, com sinal verde para atirar contra os palestinos a fim de dispersar as multidões.Ontem, pelo menos 32 palestinos foram mortos em situação semelhante, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. O Exército israelense confirmou ter aberto fogo e disparado “tiros de advertência” contra um grupo de pessoas, segundo um comunicado militar. Mais de 900 pessoas morreram em Gaza enquanto tentavam conseguir alimentos; a maioria nas proximidades dos locais da GHF, segundo dados da ONU sobre essa organização privada dirigida por EUA e Israel para impedir as operações humanitárias tradicionais lideradas pelas Nações Unidas.Publicado por Luisa Cardoso*Com informações da EFE Leia também Papa conversa com Netanyahu um dia após bombardeio israelense contra igreja em Gaza Israel anuncia aumento de R$ 69 bilhões em gastos com Defesa