O JPMorgan avaliou que, embora o Carrefour Brasil não seja mais uma empresa listada, a divulgação de seus resultados do segundo trimestre de 2025 traz leituras relevantes para o setor, especialmente para Assaí (ASAI3) e Grupo Mateus (GMAT3), ambos com recomendação neutra pelo banco. Na visão da equipe, o mercado continua desafiador, ainda que o Carrefour não pareça adotar uma postura excessivamente agressiva neste momento.Entre os destaques, o crescimento das vendas no formato atacarejo desacelerou para 6% na comparação anual, ante 10% no primeiro trimestre, mesmo com o impulso sazonal da Páscoa, o que reforça a dificuldade do ambiente competitivo e uma base comparativa mais exigente. Leia tambémBrava (BRAV3) avança em governança com novo acordo entre acionistas: o que esperarBloco possui 20,82% do capital da petrolíferaPetroRecôncavo (RECV3) recua 2% após Citi rebaixar recomendação para neutraO banco americano também cortou o preço-alvo de R$ 18 para R$ 15Por outro lado, o Atacadão conseguiu expandir sua margem bruta em 30 pontos-base na comparação anual, em linha com a estratégia dos players listados de priorizar rentabilidade em detrimento do crescimento. O volume de recebíveis descontados permaneceu praticamente estável, indicando uma postura comercial consistente, sobretudo em relação às vendas parceladas sem juros. Além disso, a alavancagem ajustada do Carrefour Brasil ficou praticamente inalterada em cerca de 3,2 vezes (critério IAS 17), mesmo após a saída da empresa da bolsa e a conclusão da reorganização societária.O Itaú BBA também que considera que os números do Carrefour trazem sinais importantes sobre o desempenho do Atacadão e possíveis reflexos para seu rival Assaí. A expansão de cerca de 30 pontos-base na margem bruta do Atacadão foi o principal destaque positivo, sustentada por uma menor participação do canal B2B no mix de vendas — movimento que reforça a estratégia de foco em rentabilidade adotada por players do setor.O BBA estima que, com um crescimento de 6% na receita bruta e poucas inaugurações de lojas no trimestre, as vendas nas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) do Atacadão tenham ficado próximas desse patamar. Isso sugere uma desaceleração de aproximadamente 2 a 2,5 pontos percentuais em relação ao 2T24 e cerca de 1,5 ponto na comparação com o 1T25 — dinâmica que também pode se refletir nos números do Assaí, segundo o BBA.O Itaú lembra que o 2T24 representou uma base de comparação difícil para o Atacadão, quando a introdução da política de parcelamento em 3 vezes no cartão de crédito ajudou a impulsionar as vendas. Por isso, a expectativa do banco é que a diferença de desempenho em SSS entre Atacadão e Assaí seja eliminada nos próximos trimestres.Ainda segundo o Itaú BBA, a margem EBITDA do Atacadão também apresentou expansão na base anual, embora em menor escala que a margem bruta. Uma possível explicação apontada pelo banco é o aumento das despesas com pessoal, reflexo de desafios de contratação e pressão sobre os custos de mão de obra, algo que vem sendo observado em outros players do setor.O Itaú BBA reiterou recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 12, enquanto JPMorgan manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 9.The post O que os números do Carrefour revelam sobre Assaí e Grupo Mateus? appeared first on InfoMoney.