O MP3 Player era item indispensável na bolsa de inúmeros fãs de música no início dos anos 2000. Além de facilitar o acesso a singles e discos em qualquer lugar, o aparelho teve um papel fundamental na digitalização do consumo musical, já que não dependia de mídias físicas, como os CDs usados no Discman - e acabou contribuindo para o declínio da indústria fonográfica tradicional.Lançado comercialmente entre 1997 e 1998, os modelos mais populares podiam armazenar entre 100 e 1.000 músicas, dependendo do preço e da complexidade do dispositivo. A seguir, veja curiosidades, relembre como funcionava o MP3 Player e como ele transformou a forma de ouvir música.🔎 Apple e Beatles já brigaram na justiça por conta de iPod; entenda📲 Canal do TechTudo no WhatsApp: acompanhe as principais notícias, tutoriais e reviewsMP3 Player: relembre os aparelhos que eram febre nos anos 2000Reprodução/Unsplash/Oleg Sergeichik📝 Apple Music vale a pena? Deixe sua opinião no Fórum do TechTudoNo índice abaixo, veja o que vai encontrar nesta matéria para relembrar o MP3:O que era um MP3 Player?Como era ouvi música pelo MP3?Quanto custava um MP3 Player?Como se ouvia música antes do MP3?MP3 x iPod x MP4O que veio depois do MP3?É possível comprar um MP3 hoje?1. O que era um MP3 Player?MP3 Players eram aparelhos portáteis que reproduziam músicas no formato MP3. Embora sua função não faça sentido para os jovens de hoje, cujos smartphones reproduzem infinitas tarefas, vale lembrar que os celulares do início dos anos 2000 não tinham armazenamento suficiente para playlists e apenas uma minoria tinha suporte para arquivos de música digital. Celulares como o Nokia 1600 eram capazes de, no máximo, reproduzir sons polifônicos ou monofônicos, conhecidos como "ringtones", que imitavam melodias conhecidas em versões bastante limitadas.Os primeiros MP3 Players surgiram entre 1997 e 1998, na Coreia do Sul. O nome vem do formato de compressão de áudio digital MP3 (MPEG-1 Audio Layer 3), que já era amplamente utilizado em computadores. Pouco tempo depois, esses reprodutores portáteis começaram a ser comercializados na Europa e nos Estados Unidos, e não demorou para se tornarem febre também no Brasil. Se você era jovem na época, certamente ouviu Avril Lavigne, Linkin Park ou Sandy & Junior nesses aparelhinhos.MP3 Player se conectava ao PC por meio de entrada USBDivulgação/Intenso2. Como era ouvir música pelo MP3?Para muitos usuários, os MP3 Players simbolizaram a primeira forma de ouvir música de forma portátil, seja na rua, no transporte público ou durante atividades físicas. Isso porque os Discmans, disponíveis desde os anos 1980, não se tornaram tão populares no Brasil — já que dependiam de CDs físicos. O MP3 Player, por outro lado, funcionava com arquivos digitais baixados pela Internet ou convertidos a partir de CDs no computador — processo conhecido como “ripar”, feito pelo Windows Media Player e outros softwares semelhantes. Ou seja: você colocava o CD no seu computador e um programa transformava as músicas em arquivos digitais.Outro ponto interessante é que o ato de baixar as músicas não era tão simples quanto é hoje, já que aplicativos como Napster e eMule eram lentos e nem sempre entregavam as faixas que prometiam. Quem nunca baixou um disco supostamente da sua banda favorita e acabou recebendo um arquivo aleatório ou até um vírus?Windows Media Player era capaz de "ripar" músicas de CDsReprodução/Windows Media PlayerAlém das limitações técnicas da época, começava a surgir um debate ético em relação à pirataria e aos direitos autorais dos artistas. Essa discussão teve papel importante no enfraquecimento da indústria dos CDs e acabou abrindo caminho para o surgimento do streaming musical como alternativa legal e prática para os usuários, mas ainda insustentável financeiramente para os artistas.Enquanto os MP3 Players mais simples se limitavam à reprodução de músicas em formatos como MP3 e WMA, os modelos mais modernos vinham equipados com visor colorido, suporte a vídeos (formato MP4, AVI e semelhantes), rádio FM, gravador de voz e até visualizador de fotos. Alguns ainda permitiam organizar playlists, exibir letras de músicas e ajustar configurações da equalização do som.Essa evolução dos recursos levou ao surgimento dos chamados “MP4 Players”, embora o nome nem sempre refletisse o suporte real ao formato MP4. Em muitos casos, os dispositivos eram apenas uma estratégia de marketing para indicar funcionalidades extras além do áudio. Ainda assim, eles representaram um importante passo rumo aos smartphones e ao consumo multimídia portátil como conhecemos hoje.3. Quanto custava um MP3 Player na época?Um MP3 custava entre R$ 77 e R$ 2000 em 2006, segundo matéria do jornal O Globo em 2006. Na época, inclusive, os gadgets passavam por uma queda de preço em razão da baixa do dólar, assim como outros eletrônicos como computadores e celulares.Modelos básicos, como o Portal Genial de 128 MB, eram vendidos por R$ 79, enquanto versões mais completas, como o iPod Vídeo de 60 GB, chegavam a custar até R$ 2.300. Aparelhos intermediários, como o MP3 da Foston com 256 MB, saíam por cerca de R$ 98, e modelos com recursos avançados — como vídeo, rádio FM e gravador de voz — podiam ultrapassar os R$ 1.000, a exemplo do Zen V Plus (4 GB), da Creative, por R$ 1.399.Modelos de MP3 Players variavam entre algumas dezenas de reais a R$ 2000Reprodução/Coolbe4. Como se ouvia música antes do MP3 Player?Durante o século XX, diversas tecnologias foram utilizadas para ouvir música. A primeira delas foi o toca-discos, utilizado para reproduzir discos de vinil, que voltaram a se popularizar nos últimos anos como itens "vintage" e de colecionador. O aparelho funciona por meio de uma agulha que desliza sobre as ranhuras do disco, convertendo as vibrações mecânicas em sinais elétricos, que são amplificados e transformados em som.Outro marco foi o rádio, que democratizou ainda mais o acesso à música. Ao contrário do vinil, que exigia a compra de discos específicos, o rádio permite ouvir música gratuitamente e em tempo real. No Brasil, o aparelho começou a se popularizar a partir da década de 1930, impulsionado por incentivos do governo Getúlio Vargas, que via no meio uma ferramenta de integração nacional.Há poucos anos, ultrapassado; hoje, vintage: discos de vinil voltaram à moda na última décadaVictrola Record Players/UnsplashAté hoje os canais de rádio — especialmente os de frequência AM — ainda simbolizam a democratização da comunicação no país, sendo fundamentais em regiões remotas e para populações com pouco acesso a tecnologias digitais. A popularização da TV também foi um marco importante no consumo de música. A apresentação da banda britânica The Beatles no programa The Ed Sullivan Show, em 1964, por exemplo, é considerada um dos grandes momentos da cultura pop do século XX, atraindo uma audiência de mais de 70 milhões de telespectadores apenas nos Estados Unidos.No Brasil, os festivais de música das décadas de 1960 e 1970, transmitidos pela TV aberta, foram essenciais para consolidar nomes como Chico Buarque, Gilberto Gil e Elis Regina, cujas obras têm grande relevância até hoje.Gilberto Gil no Festival de Música Popular Brasileira 1967, organizado pela TV RecordReprodução/Arquivo TV RecordNos anos 1980 e 1990, foi a vez dos CDs (Compact Discs) se popularizarem. Eles se tornaram o principal formato de distribuição de música no mundo, substituindo progressivamente os discos de vinil e as fitas cassete. Durante boa parte dos anos 1990 e início dos anos 2000, os CDs dominaram as prateleiras de lojas e foram a principal forma de consumo musical até a ascensão dos formatos digitais e do streaming no século XXI.Vale ainda citar os Walkman e os Discman, que já permitiam viajar e ouvir música na rua. A diferença entre eles e os MP3 Players é que os primeiros dependiam de mídias físicas: fitas cassete no caso do Walkman e CDs no caso do Discman; já o último armazenava arquivos digitais diretamente na memória interna do aparelho.5. MP3 x iPod x MP4Na época, existiam muitas dúvidas sobre as diferenças entre MP3 Players, iPods e MP4 Players. Os primeiros foram aparelhos lançados no final do século passado, capazes de reproduzir músicas digitais em formatos como MP3 e WMA, geralmente com interface simples. Já os segundos são a invenção da Apple para competir com esse tipo de dispositivo, criando uma linha de tocadores digitais com design sofisticado, maior capacidade de armazenamento e interface inovadora.Por fim, os chamados MP4 Players foram uma tentativa do mercado de popularizar aparelhos que oferecessem mais do que apenas música, incluindo suporte (ou, pelo menos, promessa de suporte) a vídeos, imagens, rádio e outras funções multimídia.iPod foi a versão da Apple para a tecnologiaReprodução/Pexels/Srattha Nualsate6. O que veio depois do MP3?Como dito anteriormente, os MP3 Players abriram caminho para a digitalização do consumo de música, ao dispensarem mídias físicas como CDs, fitas cassete ou discos de vinil. Em pouco tempo, os celulares começaram a oferecer mais armazenamento e passaram a suportar arquivos de áudio — o que tornou os MP3 Players obsoletos. Tanto que, em 2014, a Apple descontinuou oficialmente a produção do iPod Classic, um dos modelos mais populares. A linha chegou ao fim, oficialmente, em 2022, quando a empresa descontinuou totalmente a produção desses dispositivos. Outros modelos de MP3 Players, no entanto, ainda são vendidos (veja no fim da matéria).Hoje, a forma mais comum de ouvir música é por meio do streaming. Plataformas como Spotify, YouTube Music, Deezer, Apple Music e outras somam bilhões de usuários em todo o mundo, que acessam seus catálogos digitais diariamente, de forma prática e instantânea, via celular, computador ou smart TVs.Spotify é um dos streamings mais populares entre fãs de músicaReprodução/Pexels/PhotoMIX CompanyHá, de fato, vantagens nessa nova forma de escuta: com apenas uma assinatura mensal entre R$ 20 e R$ 30, é possível ouvir um número praticamente ilimitado de discos que, se fossem comprados fisicamente, custariam facilmente centenas ou até milhares de reais. O acesso à música nunca foi tão amplo e barato.Por outro lado, essa praticidade criou um novo tipo de dependência: se a música não estiver disponível na plataforma, muitos usuários simplesmente deixam de ouvi-la, o que afeta especialmente artistas independentes ou obras raras, que não foram digitalizadas ou licenciadas para streaming. Esse monopólio ainda abre brechas para a baixa remuneração dos artistas, que é mínima.7. É possível comprar um MP3 hoje?Embora não sejam populares como antigamente, MP3 Players ainda podem ser comprados pela Internet. Os aparelhos ainda são opções viáveis para quem pratica esportes em grandes cidades e, por segurança ou comodidade, não quer levar o celular nem investir em um smartwatch. Esses dispositivos ainda podem ser comprados por quem deseja evitar telas, mas não quer ficar longe da música.O modelo da Majority com Bluetooth e fone de ouvido incluído, por exemplo, pode ser comprado por cerca de R$ 568 na Amazon. Uma opção mais simples, da marca Tomvorks, usta a partir de R$ 1131 e traz 8 GB de memória, com expansão para até 64 GB.Com informações de O GloboMais do TechTudoNota de transparência: o TechTudo mantém uma parceria comercial com lojas parceiras. Ao clicar no link da varejista, o TechTudo pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação. Os preços mencionados podem sofrer variação e a disponibilidade dos produtos está sujeita aos estoques. Os valores indicados no texto são referentes ao mês de julho de 2025.Veja também no vídeo abaixo: você sabe diferenciar um vídeo real ou feito com IA? Testamos o público!Você sabe diferenciar um vídeo real ou feito com IA? Testamos o público!