O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou o antecessor, Jair Bolsonaro (PL), de “fujão” e afirmou que o ex-presidente da República “se borrou todo” após ser derrotado na eleição de 2022. A provocação foi feita nesta quinta-feira (24/7), em Minas Gerais, durante cerimônia de anúncio de novos investimentos na área de educação indígena e quilombola, por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).Lula reclamou do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde fevereiro para articular sanções da Casa Branca contra autoridades brasileiras. O governo, parte expressiva do Centrão e empresários culpam o parlamentar e o pai pela tarifa de 50% imposta a produtos brasileiros pelo presidente dos EUA, Donald Trump, como forma pressionar contra os inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o aliado.“O filho do Bolsonaro, do fujão… Nem sei como aquele cara chegou a ser tenente do Exército, porque se borrou todo, perdeu as eleições ficou dentro de casa chorando, [dizendo] ‘não podemos deixar esse Lula tomar posse’ e preparou um golpe. Nós ficamos sabendo, a policia investigou, eles mesmo se delataram, ele mesmo foi denunciado e ele vai, se Justiça decidir com base dos autos do processo, para o xilindró”, provocou Lula.5 imagensFechar modal.1 de 5VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto2 de 5Presidente Lula KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo3 de 54 de 5Ex-presidente se emociona durante as oraçõesVINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto5 de 5Jair Bolsonaro durante oração em TaguatingaVINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.fotoO petista ainda afirmou “tem lado” e que Bolsonaro “tentou dar um golpe” e “fugiu como rato foge”. O petista tem insistido no assunto para desgastar o ex-presidente, mas também para tentar continuar a recuperar popularidade. Pesquisas indicam melhora da avaliação do governo após o embate com o Congresso na campanha por “justiça tributária” e também pela taxação de Trump.“[Bolsonaro] Fez as bobagens que fez, mandou o filho dele sair de deputado federal para ir para Washington pedir para que o presidente Trump intervenha no Brasil. É uma vergonha, uma falta de caráter. Fez as merdas que fez… Respeita o povo brasileiro. aqui tem Justiça”, reclamou Lula. Leia também Brasil Lula diz que, se Trump estiver “trucando”, está pronto para “pedir 6” Brasil Desaprovação ao governo Lula cai de 54% para 51%, diz Ipespe Igor Gadelha Ministro de Lula rebate Michelle e sugere que ela ligue para Tarcísio Paulo Cappelli IA de Elon Musk aponta que governo Lula supera o de Bolsonaro O petista ainda comparou o processo de Bolsonaro às ações que enfrentou na Lava Jato. “Quando inventaram as mentiras contra mim, (…) foram nas casas dos meus cinco filhos, não encontraram nada. Mesmo assim, mandaram me prender. Muitos falaram: vai para o exterior, vai para uma embaixada. Eu dizia: ‘um cara que não morreu de fome até os 5 anos de idade, não vai correr não. Eu vou provar a minha inocência”, narrou.O presidente ainda provocou seu antecessor, que foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica, não usar redes sociais, permanecer em Brasília e ficar em casa às noites de dias de semana e aos fins de semana e feriados. As medidas cautelares foram impostas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, para anular possível risco de fuga de Bolsonaro.“Fiquei 583 dias preso. Vieram me oferecer um acordo para eu ir para minha casa com uma tornozeleira de aço, eu disse que primeiro ‘não tem acordo’, eu não troco a minha dignidade pela minha liberdade. Segundo, eu não vou colocar tornozeleira porque não sou pombo-correio. Terceiro, eu não vou ficar preso na minha casa, porque a minha casa não é cadeia”, disse Lula.Educação indígena e quilombolaO evento em Minas Gerais faz parte do Encontro Regional de Educação Escolar Quilombola do Sudeste, que reúne representantes de comunidades tradicionais, em especial do Vale do Jequitinhonha.O presidente Lula assinou portarias no tocante a Política Nacional de Educação Escolar Indígena e a Política Nacional de Educação do Campo, das Águas e das Florestas (Novo Pronacampo). Os documentos visam dar base para educação bilíngue, específica e intercultural, com respeito às diferenças de cada povo indígena.A previsão é de um investimento de mais de R$ 1,17 bilhão, para construção de 249 escolhas e 22 obras emergenciais nas terras indígenas Yanomami e Ye’Kwana. Além da construção da moradia estudantil do Campus Quilombo Minas Novas, do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG)