Keeta avalia usar drones para entregas de comida no Brasil

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Resumo Keeta avalia usar drones e veículos autônomos no Brasil, após testes bem-sucedidos na China.Normas atuais dificultam operação com drones; Anac propõe novas regras que podem facilitar.iFood realizou entregas por drone entre 2020 e 2022, mas não expandiu o serviço.Empresa de delivery de comida opera com drones na China (imagem: reprodução/Keeta Drone)A gigante chinesa de delivery Keeta, que se prepara para entrar no mercado brasileiro de delivery, avalia usar drones e veículos autônomos em sua operação. O vice-presidente do grupo Meituan, dono da Keeta, disse que a companhia já realizou mais de um milhão de entregas com essa tecnologia na China e “planeja trazê-la ao Brasil”.As falas de Tony Qiu se deram numa entrevista ao jornal Folha de São Paulo. Uma fonte do Tecnoblog com conhecimento no assunto também nos confirmou que o potencial rival do iFood avalia novos métodos de entrega no mercado brasileiro.O executivo, no entanto, condicionou o uso da tecnologia à regulamentação. Segundo ele, a empresa ainda não pode usar os equipamentos no país porque as regras atuais não comportam uma operação em larga escala. Ele fez uma comparação com a China, onde “você já pode pedir comida por drones da Grande Muralha”, afirma.Modalidade é possível no Brasil?O principal obstáculo para a implementação do delivery aéreo em larga escala, segundo a Keeta, é a regulamentação no Brasil. Atualmente, uma operação comercial com drones precisa de autorizações de pelo menos três órgãos diferentes: Anac (aviação civil), Departamento de Controle do Espaço Aéreo e Anatel.As normas atuais exigem que os drones sejam registrados e tenham seguro contra danos a terceiros.No caso de voos em áreas urbanas em rotas além da vista do piloto (BVLOS), modalidade em que as empresas de delivery aéreo devem operar, as exigências são ainda mais rigorosas. Nesses casos, é preciso apresentar uma análise de risco e obter autorizações especiais para cada rota. Pode ser que essa situação mude ou seja simplificada, uma vez que a Anac prepara novas regras que poderiam viabilizar a nova modalidade.ANAC prepara algumas mudanças nas regras para operação de drones (imagem: reprodução/Gov.br)Em junho de 2025, a agência abriu uma consulta pública para uma nova proposta de regulamentação (RBAC nº 100), visando modernizar as regras para operações de drones. A proposta, que recebeu sugestões da sociedade civil até 18 de julho, troca a rigidez dos procedimentos atuais por mais liberdade.A ideia é que as empresas que consigam demonstrar à agência que os riscos são compreendidos e mitigados possam inovar em seus modelos de operação e, por consequência, criar um ambiente regulatório interessante para o transporte de cargas em larga escala via drones.iFood já testou entrega por dronesDrone da Speedbird leva entregas do iFood (imagem: divulgação/iFood)A ideia de receber um pedido por drone não é inédita no Brasil. O iFood, que domina o mercado de delivery de comida por aqui, realizou testes com a tecnologia em duas ocasiões, em parceria com a Speedbird Aero. A primeira, em 2020, ocorreu em Campinas, com uma rota curta de 400 metros que ligava a praça de alimentação de um shopping a um “droneport”. No local, um entregador pegava o pedido e realizava o trecho final do percurso por terra.Dois anos depois, a empresa obteve a primeira autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para realizar entregas comerciais. A licença permitia voos em rotas de até 3 km, inclusive em áreas urbanas, e foi usada para testes em Aracaju.Na ocasião, um drone atravessou o rio Sergipe, conectando um shopping à cidade vizinha de Barra dos Coqueiros. O trajeto, que por terra levaria até 55 minutos, foi concluído em pouco mais de cinco minutos pelo ar. Ainda assim, o modelo não foi expandido e até hoje não se tornou um método de entrega padrão da plataforma. Com informações da Folha de São PauloKeeta avalia usar drones para entregas de comida no Brasil