A Polícia Civil identificou o motorista Edson Campolongo, de 68 anos, como principal suspeito de vários ataques a ônibus em São Paulo. Ele é servidor público há mais de 30 anos e trabalha na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), de acordo com a investigação.Ele foi levado à Delegacia Seccional de São Bernardo, na região metropolitana, na manhã desta terça-feira (22/7) na condição de investigado. Segundo a polícia, ele confessou ser o autor de 17 ataques na região e em cidades vizinhas, como São Paulo e Santo André.3 imagensFechar modal.1 de 3Objetos apreendidos com suspeito de ataques a ônibus em SPDivulgação/Polícia Civil2 de 3Objetos apreendidos com suspeito de ataques a ônibus em SPDivulgação/Polícia Civil3 de 3Edson CampolongoDivulgação/Polícia CivilDurante o interrogatório, Edson alegou que praticou os ataques para “consertar o Brasil” e “tirar o país do buraco”, mas reconheceu que “fez merda” e “não tem nada a ver o que fez”, segundo o delegado seccional Domingos Paulo Neto.O suspeito contou ainda ter recrutado o irmão, Sergio Aparecido Campolongo, de 56, que participou de ao menos dois ataques. Ambos tiveram a prisão preventiva pedida pela polícia.Para a investigação, o fato de ter realizado o vandalismo em série o diferencia dos demais suspeitos detidos em meio à onda de ataques, os quais foram flagrados em atos individuais.Segundo o diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Ronaldo Sayeg, as linhas de investigação continuam sendo uma suposta briga entre sindicatos ou empresas de ônibus que perderam contratos. A hipótese de desafios de internet perdeu força e foi descartada, segundo o delegado. Leia também São Paulo Servidor do Estado está envolvido em ataques a ônibus, diz Tarcísio São Paulo Com 14 prisões e motivo incerto, ataques a ônibus em SP chegam a 530 São Paulo Homem é preso por atirar pedra em ônibus e ataques chegam a 520 em SP São Paulo SP testa mais pontos de ônibus com painéis digitais em tempo real Mais de 500 ônibus depredadosDesde 12 de junho, 530 veículos do sistema municipal de transporte foram depredados, segundo a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) e a SPTrans. Já a Artesp, que administra os ônibus intermunicipais, informou que foram registrados 291 casos de vandalismo entre 1° de junho e a manhã dessa segunda-feira (21/7).8 imagensFechar modal.1 de 8Momento em que mulher é atingida Reprodução/Diário do Transporte2 de 8A passageira foi socorrida à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Vila Santa CatarinaReprodução/Diário do Transporte3 de 8Agressor tacou pedra no ônibus Reprodução/Diário do Transporte4 de 8Adolescente é apreendido suspeito de ataque a ônibus em CotiaDivulgação/Secretaria de Segurança de Cotia5 de 8O indivíduo tentou acertar o motorista de um ônibus estacionado, mas a pedra parou em uma barra de proteçãoReprodução/TV Globo6 de 8São Paulo está enfrentando uma onda de ataques a ônibus nas últimas semanasReprodução/Diário do Transporte7 de 8Cerca de 135 ônibus foram depredados, em menos de 10 dias, na Grande São PauloReprodução/Diário do Transporte8 de 8Um homem de 27 anos foi preso após depredar três ônibus e pontos de ônibus em São Bernardo do CampoReprodução/Diário do TransporteSegundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), até o momento, 14 suspeitos foram detidos em razão da onda de vandalismo. Três homens foram presos em flagrante por ataques a coletivos nessa segunda, nas zonas norte, sul e central da capital.Relatório da políciaUm relatório produzido pela Polícia Civil de São Paulo fez um panorama da onda de ataques a ônibus ocorridos na região metropolitana da capital. A análise considera o período do dia 21 de maio até 5 de julho – cerca de um mês e meio. A equipe do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) analisou os 191 boletins registrados pelas companhias de ônibus até então.No período, a zona sul da capital é a região de maior concentração de ataques (85), seguida da zona oeste (65), zona leste (19) e centro (16). A zona norte (6) teve o menor número de ataques.5 imagensFechar modal.1 de 5Relatório mostra panorama de ataques a ônibus em SPReprodução/Polícia Civil2 de 5Relatório mostra panorama de ataques a ônibus em SPReprodução/Polícia Civil3 de 5Relatório mostra panorama de ataques a ônibus em SPReprodução/Polícia Civil4 de 5Relatório mostra panorama de ataques a ônibus em SPReprodução/Polícia Civil5 de 5Relatório mostra panorama de ataques a ônibus em SPReprodução/Polícia CivilSegundo o levantamento, as vias com pelo menos cinco ataques são: Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, Avenida Interlagos, Avenida Vereador João de Luca e Avenida Cupecê, na zona sul; Avenida Brigadeiro Faria Lima, Avenida Corifeu de Azevedo Marques e Rodovia Raposo Tavares, na zona oeste; Avenida Sapopemba e Avenida Senador Teotônio Vilela, na zona leste.Quase 70% dos ataques aconteceram entre quintas-feiras e sábados (65 das ocorrências foram em uma quinta). As companhias lesadas foram: Vidazul Transportes, Sambaiba, Viação Campo Belo, Via Sudeste, Viação Gatusa, Viação Grajaú, Transpass e Mobibrasil — que lidera os ataques, com 40, aproximadamente 30%.