Em visita oficial ao Uruguai nesta terça-feira (22/7), o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, defendeu com ênfase a rápida concretização do acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Após reunião ao lado do presidente uruguaio, Yamandú Orsi, o líder espanhol destacou que o tratado é essencial como resposta ao crescente protecionismo dos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump.“Voltamos a compartilhar a necessidade imperiosa, eu diria máxima, de culminar o acordo da União Europeia-Mercosul que pode ser fechado e entrar em vigor o quanto antes”, afirmou Sánchez.A fala ocorre um dia após sua participação em um encontro de líderes progressistas no Chile, onde medidas tarifárias impostas por Washington também foram criticadas.O líder espanhol alertou que o cenário atual é marcado por “confrontação e guerra comercial”, e que o pacto entre os blocos serve como sinal de abertura e cooperação diante da onda de nacionalismo econômico.“Pela mensagem de abertura que transmite, precisamente agora, em um momento de ensimesmamento, de confrontação, de guerra comercial, estamos vendo por parte de outras administrações”, declarou.O premiê espanhol referia-se diretamente à recente decisão de Trump de impor tarifas de 30% sobre produtos europeus — medida que intensificou tensões transatlânticas e provocou reações em Bruxelas.Embora Sánchez apoie negociações entre União Europeia e Estados Unidos para contornar a crise, ele também defendeu “respostas recíprocas” caso não haja avanço nas tratativas. Leia também Mundo Os países que confirmaram presença na cúpula de Lula e Sánchez em NY Brasil Lula e Sánchez convidam para cúpula contra extremismos políticos em NY Igor Gadelha Lula usa Neymar para defender acordo UE-Mercosul: “Conjunto vale mais” Mundo França anuncia medidas a favor do agro e contra acordo UE-Mercosul Benefícios esperadosSe aprovado, o acordo UE-Mercosul, em negociação há mais de 25 anos, permitirá aos europeus ampliar a exportação de automóveis e maquinário para o bloco sul-americano.Em contrapartida, países como Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai terão acesso facilitado ao mercado europeu para suas matérias-primas e produtos agrícolas.Caso as estratégias sejam firmadas com a América do Sul, a Europa diversifica alianças comerciais e reduz sua vulnerabilidade frente a pressões econômicas dos Estados Unidos e da China.