Vale: como os analistas viram os dados de produção em meio à alta recente das ações

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Em meio a uma recente alta das ações seguindo o minério, a mineradora Vale (VALE3) divulgou na terça-feira (22) seus dados operacionais do segundo trimestre de 2025 (2T25), com destaque para o crescimento de cresceu 3,7% da produção de minério de ferro no período. Às 10h37, a ação da companhia caía 0,30, a R$ 57,33.Na avaliação do Bradeco BBI, a Vale apresentou mais um ótimo conjunto de resultados operacionais, com a produção de iodetos de níquel no Sistema Norte atingindo o maior nível de produção no segundo trimestre desde 2021. Leia tambémJPMorgan eleva recomendação da Auren (AURE3) para neutro após queda das açõesApesar dos pontos positivos, o JPMorgan optou por não adotar uma recomendação mais otimista devido a riscos regulatórios relevantesProdução de minério de ferro da Vale (VALE3) soma 83,6 mi t no 2º tri, alta de 3,7%As vendas da mineradora, por sua vez, caíram 3,1% na mesma comparação, para 77,3 milhões de toneladasApesar da queda em relação ao ano anterior nas vendas de iodetos de níquel e pelotas, o BBI observa que isso está em linha com a estratégia da Vale de direcionar mais volumes para se concentrar na China. Em relação aos metais básicos, a mineradora também apresentou forte desempenho, com a produção de níquel e cobre atingindo a maior produção no segundo trimestre desde 2021 e 2019, respectivamente. O BBI apontou que esperava uma reação neutra do mercado a esses resultados, pois eles reforçam a estimativa de EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) para o segundo trimestre de US$ 3,2 bilhões (1% menor no trimestre e 20% em relação ao ano anterior —com resultados a serem divulgados em 31 de julho). No fim da manhã, os ativos VALE3 tinham leve alta nesta quarta-feira (23). Dessa forma, o BBI manteve recomendação de compra para Vale.Saiba mais: Confira o calendário de resultados do 2º trimestre de 2025 da Bolsa brasileiraTemporada de balanços do 2T ganha destaque: veja ações e setores para ficar de olhoO JPMorgan classificou como ligeiramente positiva a prévia operacional da Vale, destacando que as vendas de minério de ferro no trimestre, de 77,3 milhões de toneladas, superaram suas estimativas em 4,1%, apesar de uma queda anual de 3,1%. Para o banco, o desempenho reforça a estratégia de otimização do portfólio da companhia, com foco no direcionamento de minério para a China — movimento que resultou em prazos de entrega mais longos e reconstrução de estoques ao longo do trimestre.Na contramão das vendas, a produção de minério avançou 3,7% na comparação anual, impulsionada tanto pelo aumento da produção própria da Vale quanto pelas compras de terceiros. Nos metais básicos, o desempenho também foi sólido, com vendas de cobre e níquel superando as projeções do JPMorgan. A produção de cobre subiu 17,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, sustentada por operações mais fortes no Brasil e no Canadá. Já a produção de níquel avançou 44,4% no mesmo intervalo, refletindo ganhos de produtividade e maior produção nas minas.O JPMorgan reiterou classificação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 86.Na mesma linha BBI e JPMorgan, o BTG Pactual avaliou como levemente positivos os dados operacionais da Vale no segundo trimestre de 2025, com produção de minério de ferro 2% acima da expectativa, impulsionada por Brucutu e S11D. No entanto, os embarques recuaram 3% na comparação anual e a produção de pelotas caiu 16%, refletindo a estratégia da companhia de priorizar produtos de média qualidade.Apesar dos avanços microeconômicos e da melhora na governança, o banco segue com visão conservadora sobre a ação, citando fundamentos fracos para o minério, demanda chinesa incerta e perspectiva de preços em queda. Com isso, manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 65.Os números operacionais também vieram, em sua maioria, levemente acima das estimativas da Genial, mas ainda assim, não sendo suficiente para alterar a trajetória de uma narrativa fraca para o trimestre. A equipe da Genial Investimentos avalia que a recente valorização das ações da Vale — alta de 6% em dois dias — foi impulsionada pela notícia da construção da maior hidrelétrica do mundo no leste do planalto tibetano, anunciada oficialmente no sábado (19). Apesar da magnitude do projeto, com CAPEX estimado em US$ 170 bilhões, a corretora considera que o alívio no sentimento negativo do mercado deve ser interpretado com cautela.Na visão da casa, o impacto real sobre a demanda por aço — e, consequentemente, por minério de ferro — será bastante limitado no curto e médio prazo. Embora o projeto tenha impulsionado os preços do minério em cerca de 3% no contrato mais negociado na Bolsa de Commodities de Dalian, a Genial avalia que o efeito sobre os fundamentos é marginal. Parte do mercado pode estar antecipando um movimento mais forte do governo chinês para estimular a economia via grandes obras de infraestrutura, como forma de compensar a fraqueza do setor imobiliário. Ainda assim, na avaliação da gestora, o movimento recente tem caráter especulativo e não altera o cenário de excesso de oferta de minério de ferro.Veja também:China e a maior hidrelétrica do mundo: o que se sabe e quais ações podem ganhar na B3A Genial reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 64,50.Já o Morgan Stanley pontua que os números operacionais sugerem que o EBITDA do 2T25 pode ficar em linha com sua estimativa de US$ 3,15 bilhões, principalmente devido à redução nas remessas de pelotas, níquel e cobre, aliada à queda no preço realizado do cobre. Segundo o BBA, as vendas superaram levemente as expectativas, mas com um mix mais fraco, refletido pela menor participação de pelotas. O preço realizado do minério ficou em US$ 85,1 por tonelada, ligeiramente acima da projeção de US$ 84,6 por tonelada, mas ainda com queda de 6% no trimestre e de 13% na comparação anual. Já o preço das pelotas foi de US$ 134,1 por tonelada, 3% abaixo da estimativa do BBA.O BBA destacou que o desempenho operacional foi impactado por uma perda de massa de 4,3 milhões de toneladas no processo de pelotização, concentração e mudanças na umidade, além de um aumento de 2 milhões de toneladas nos estoques.O BBA manteve recomendação de compra e preço-alvo de US$ 13 por ADR. A XP Investimentos, por sua vez, considera os números da Vale como neutros, reforçando a flexibilidade do portfólio da mineradora, com um atual ambiente de mercado fraco para prêmios (especialmente na China) implicando em uma aceleração das vendas de produtos de menor valor agregado ante produtos de maior qualidade.Nesse sentido, embora a Vale deva naturalmente se beneficiar de um cenário com prêmios mais altos, a XP vê sua diversificação de portfólio ajudando-a a otimizar as vendas sempre que as condições comerciais estiverem abaixo do ideal.A Ativa Investimentos também classificou os dados operacionais como neutros e destacou que não alteração suas expectativas em torno da tese de investimento. Com isso, reiterou recomendação neutra e preço-alvo de R$ 65.The post Vale: como os analistas viram os dados de produção em meio à alta recente das ações appeared first on InfoMoney.