Médico é preso acusado de racismo e de agredir funcionários em hotel de luxo

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Um médico e empresário de São Paulo foi preso em flagrante depois de agredir física e verbalmente funcionários de um hotel de luxo em Aracaju, em Sergipe. O homem também teria danificado a mobília e um computador do estabelecimento.O suspeito foi identificado como Carlos Alberto Azevedo Silva Filho. Ele tem 44 anos, é natural de Barueri, na Grande São Paulo, e estava de passagem pela capital sergipana. Silva Filho chegou a Aracaju na última quinta (17), e ficaria até domingo (20), mas o caso aconteceu na última sexta-feira (18).Conforme o hotel Vidam, onde o caso aconteceu, Silva Filho chegou alcoolizado no empreendimento na sexta à noite e, agitado, começou a ofender os funcionários. Um deles foi xingado de "gordo" e "preto". Para entender a situação, outro funcionário tentou conversar com o médico, mas levou socos e empurrões, segundo o hotel, em nota.O médico também danificou cadeiras e mesa, e um computador que estava na recepção do empreendimento. Os motivos que levaram o suspeito a cometer os atos de agressão não foram esclarecidos.De acordo com a Secretaria da Segurança de Sergipe, os xingamentos e os atos de intolerância aconteceram em momentos distintos. Funcionários chegaram a gravar parte dos gestos de violência do médico e os vídeos serão anexados ao inquérito, informou a pasta. A Polícia Militar foi acionada por volta das 23h. O médico estava já em seu quarto, dormindo, quando foi abordado pelos agentes. Mesmo resistindo à prisão, os militares o levaram para a Central de Flagrantes.Juíza decreta prisão preventivaApós ser detido, Silva Filho foi conduzido à audiência de custódia, no sábado (19), realizada no Plantão Judiciário. Na ocasião, a juíza plantonista, Carolina Valadares Bitencourt, homologou a prisão em flagrante e decretou a prisão preventiva do médico."Estão presentes os requisitos autorizadores da prisão preventiva, tais como a garantia da ordem pública, uma vez que a conduta do flagranteado revela não apenas um ato criminoso isolado, mas um comportamento socialmente reprovável, marcado pelo desprezo à dignidade da pessoa humana e à igualdade racial", disse a magistrada na decisão, obtida pela reportagem.Para a juíza, a formação de Silva Filho em Medicina agravou ainda mais a decisão. "O fato de o autor ser médico, profissional que, por dever ético e legal, deve zelar pela vida e respeito ao próximo, apenas agrava o delito", acrescentou Carolina Valadares.Carlos Alberto Azevedo Silva Filho foi encaminhado a um estabelecimento prisional para presos provisórios.Em comunicado, a gerência do hotel diz repudiar as agressões do hóspede e se solidariza com os funcionários. "O Grupo Vidam reforça que o empreendimento conta com estrutura de luxo e atendimento de excelência de todos os colaboradores. Repudia também qualquer ato de violência e desrespeito", disse a nota.A reportagem buscou contato com a defesa do médico, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.