Um parecer técnico da Câmara dos Deputados, elaborado em maio deste ano, confirmou que o presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), tem autoridade para suspender votações legislativas, mesmo estando fora do território nacional. A análise confronta o posicionamento do Partido Liberal (PL), que nesta terça-feira (22) questionou a legalidade da suspensão de atividades em comissões que tratariam de pautas de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).Segundo o parecer, Motta não incorreu em nenhuma irregularidade. “O presidente, mesmo afastado do território nacional, mantém todas as atribuições que possam ser desempenhadas não presencialmente de forma segura e eficiente, e para cujo exercício não seja a presença uma condicionante ou requisito”, aponta o documento assinado por técnicos legislativos no dia 26 de maio. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp A decisão de Hugo Motta interrompe reuniões em comissões até o dia 1º de agosto, período que coincide com o recesso parlamentar. A medida foi mal recebida pelo PL, especialmente por parlamentares alinhados a Bolsonaro, que planejavam votar moções de apoio ao ex-mandatário nas comissões de Segurança Pública e de Relações Exteriores.O líder da sigla na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), criticou a decisão e chegou a classificá-la como “antirregimental”. No entanto, o respaldo técnico do parecer esvazia as alegações do partido e reforça a legalidade da suspensão. Enquanto isso, o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a ganhar os holofotes após declarar que a tornozeleira eletrônica instalada por determinação do Supremo Tribunal Federal é um “símbolo de máxima humilhação”. A declaração foi feita após uma reunião com a bancada de oposição no Congresso Nacional. Bolsonaro também está proibido de conceder entrevistas à imprensa, conforme as medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes. Leia também Sob risco de prisão, Bolsonaro se reúne com aliados na sede do PL Motta diz que recesso não será interrompido e proíbe comissões; veja o que diz o regimento da Câmara