StartupiExperiência emocional ganha espaço como diferencial estratégico entre marcasEm um cenário cada vez mais orientado por dados e automação, cresce o debate sobre o papel da emoção na construção de marcas duradouras. A discussão se intensificou após o episódio envolvendo a agência DM9, que perdeu o principal prêmio do festival Cannes Lions por uso inadequado de inteligência artificial. O caso reacendeu questões sobre os limites da tecnologia na comunicação e evidenciou a importância de relações humanas no vínculo entre marcas e consumidores.Segundo Alê Tcholla, sócio e diretor criativo da Blood, agência especializada em “non-stop experience”, o diferencial competitivo no ambiente atual está em proporcionar vivências que traduzem a identidade da marca. A proposta, chamada por ele de “Alma Brand Experience”, baseia-se em ações que expressam valores subjetivos e fortalecem a sensação de pertencimento entre público e empresa.Para o executivo, a construção de vínculo entre marca e consumidor pode ser comparada ao desenvolvimento de uma amizade. No início há abertura, mas a relação se solidifica com o tempo, por meio da constância e da coerência das atitudes. Em termos práticos, isso significa criar estratégias que ativem gatilhos emocionais específicos, indo além das métricas tradicionais.Dois exemplos recentes ilustram a aplicação dessa abordagem. A ação “Corrida dos Ayrtons”, voltada a uma plataforma do setor automotivo, convidou pessoas chamadas Ayrton a participarem de uma corrida de kart. A iniciativa mobilizou símbolos como potência, exclusividade e memória esportiva para gerar identificação. Já o projeto “Conecta Autos Experience” reuniu representantes do segmento automotivo em uma experiência no Autódromo de Interlagos. A proposta conectou o universo dos participantes ao ambiente da marca, promovendo aproximação e fidelização.Ambas as ativações registraram performance superior à média do setor nas redes sociais, segundo a agência. Para Tcholla, isso demonstra que experiências com propósito ampliam o alcance das campanhas sem recorrer a artifícios mecânicos. O argumento ganha força diante de casos como o da Africa Creative DDB, que precisou se retratar após inflar resultados digitais de uma campanha para Brahma e Housi.A discussão não rejeita o uso da tecnologia. Pelo contrário, reconhece seu papel como ferramenta de apoio. No entanto, o alerta é claro: sistemas automatizados não substituem a capacidade de gerar envolvimento genuíno. Para Tcholla, marcas que compreendem esse limite tendem a ocupar uma posição mais sólida no mercado, tornando-se parte do cotidiano de seus públicos.A reflexão propõe uma revisão de prioridades no setor da comunicação. Em vez de buscar apenas escala e precisão algorítmica, o foco se desloca para relações mais duradouras, baseadas em valores compartilhados e experiências marcantes. A atuação da Blood nesse sentido sinaliza uma tendência de reposicionamento estratégico, em que performance e propósito caminham juntos.Aproveite e junte-se ao nosso canal no WhatsApp para receber conteúdos exclusivos em primeira mão. Clique aqui para participar. Startupi | Jornalismo para quem lidera inovação!O post Experiência emocional ganha espaço como diferencial estratégico entre marcas aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Tiago Souza