Durante uma revisão periódica da prisão preventiva de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como Faraó do Bitcoin, seus advogados tentaram tirá-lo da Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, e levá-lo para Bangu 1, no Rio de Janeiro. Porém, o juiz Luis Lacerda, da Vara Criminal Especializada do TJ do Rio, negou a mudança.As informações são do jornal O Globo, que diz ainda que a defesa de Glaidson argumentou excesso de prazo, bom comportamento e “ausência de fato novo que demonstre risco atual à ordem pública ou à instrução criminal” para justificar o pedido de mudança de prisão.De acordo com a publicação, recentemente os advogados do “Faraó” tentaram incluir novas provas nos autos do processo com vídeos em que ele fazia um “discurso pedagógico e educativo” sobre o mercado de criptomoedas e outras dicas para investidores.O magistrado, porém, negou o pedido e ainda destacou a tentativa da defesa de atrapalhar o andamento do processo. “Indefiro o pedido de juntada de provas diante da inegável tentativa de obstar o regular andamento da marcha processual com argumentos protelatórios. Portanto, pela derradeira vez, intime-se a defesa para a vinda das alegações finais do réu sob pena de destituição da defesa técnica e expedição de ofício aos órgãos correicionais da OAB, conforme o caso”, diz a decisão.A história do “Faraó do Bitcoin”A GAS Consultoria, empresa de Glaidson, captava clientes com promessas de rendimentos que supostamente viriam do trade de criptomoedas. Mais tarde, seu modelo de operação de pirâmide financeira desencadeou uma série de investigações pelas autoridades brasileiras. As investigações falam em uma movimentação de R$ 38 bilhões pelo esquema ao longo dos anos.Glaidson, que ficou conhecido como “Faraó do Bitcoin”, foi preso na manhã do dia 25 de agosto de 2021 na Operação Kryptos. Na ocasião, outros membros do esquema foram presos, enquanto alguns conseguiram escapar da polícia e fugir do Brasil, como a esposa de Glaidson, Mirelis Yoseline Dias Zerpa, que acabou presa em janeiro de 2024 em Chicago (EUA) por morar ilegalmente no país. Em junho deste ano, Mirelis foi deportada para o Brasil pelos Estados Unidos.Na ocasião da prisão de Glaidson e demais suspeitos, os agentes da PF e Receita Federal apreenderam 591 bitcoins, dezenas de carros de luxo e mais de R$ 13 milhões em espécie.Diversas pessoas próximas ao casal confirmam que a divisão de tarefas dentro da GAS era clara: Glaidson lidava com as pessoas e Mirelis com o dinheiro. Em 2023, a GAS Consultoria fez parte de uma extensa lista de empresas convocadas na CPI das Pirâmides, que também intimou o Faraó do Bitcoin. Em depoimento, o ex-garçom protagonizou uma série de bate-bocas com alguns deputados e chegou a ser chamado por um parlamentar de “um dos maiores bandidos da história do sistema financeiro nacional”.Além do roubo do dinheiro de milhares de investidores brasileiros pela pirâmide financeira da GAS, o Faraó do Bitcoin também é acusado de ser líder de uma organização que monitorava e assassinava rivais no mercado de criptomoedas, como mostram áudios obtidos pelas autoridades.Quer fazer uma denúncia? Envie um e-mail para denuncia@portaldobitcoin.comO post Faraó do Bitcoin tenta voltar ao Rio, mas juiz decide mantê-lo preso no Paraná apareceu primeiro em Portal do Bitcoin.