A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (22), em Guarulhos (SP), um dos líderes da quadrilha que trocava etiquetas de bagagens para enviar drogas à Europa — esquema que levou duas brasileiras à prisão por engano em 2023. A ação integra a Operação Last Call, que fechou o cerco ao último foragido do grupo investigado desde a prisão de Jeanne Paolline e Kátyna Baía na Alemanha.Segundo a PF, o suspeito preso hoje era responsável por coordenar a logística do envio da droga, realizar pagamentos aos comparsas e manter contato com o fornecedor internacional. Leia tambémJustiça decreta prisão de Oruam; rapper é acusado de ligação com o Comando VermelhoFilho de Marcinho VP, cantor foi indiciado por tráfico e resistência após confusão com a políciaEle foi localizado em um condomínio de alto padrão em Guarulhos, onde vivia apesar de declarar salário de apenas R$ 2 mil por mês. No local, foram encontrados R$ 12 mil em espécie, um carro de R$ 100 mil e garrafas de uísque de alto valor.Erro que mudou vidasO caso ganhou repercussão internacional após a prisão de Jeanne e Kátyna em março de 2023, durante conexão no aeroporto de Frankfurt. As duas viajavam pela primeira vez à Europa, mas foram presas após a polícia alemã encontrar 40 kg de cocaína em bagagens com seus nomes — que elas nunca chegaram a ver.A investigação revelou que, após despacharem as malas no aeroporto de Goiânia, as etiquetas foram trocadas por integrantes da quadrilha em Guarulhos. Câmeras de segurança comprovaram a ação de duas outras mulheres que despacharam as bagagens com a droga. Jeanne e Kátyna foram inocentadas após 38 dias detidas.Rede infiltrada no aeroportoA PF identificou que o grupo criminoso atuava com o apoio de funcionários terceirizados no Aeroporto Internacional de São Paulo. Eles acessavam áreas restritas para realizar a troca de etiquetas e colocar a droga no porão dos aviões. Ao todo, 16 pessoas foram presas ao longo da operação, e pelo menos seis já foram condenadas, com penas que vão de 7 a 39 anos de prisão.Os líderes do esquema — já condenados — eram responsáveis por aliciar cúmplices, organizar os embarques e negociar com traficantes internacionais. A quadrilha também foi responsável por outros envios de cocaína a Lisboa e Paris, com o mesmo modus operandi de troca de etiquetas.Desdobramentos e condenaçõesCom a prisão do último foragido, a Polícia Federal fecha um dos principais ciclos da operação que começou com a chamada “Operação Colateral”. Os demais réus exerciam funções de comando logístico e operacional, com penas já definidas pela Justiça de São Paulo.A quadrilha chegou a enviar 86 kg de cocaína para a Europa entre outubro de 2022 e março de 2023. Parte dos envolvidos atuava em empresas prestadoras de serviço no aeroporto e era responsável por cooptar colegas para facilitar as ações criminosas.The post PF prende chefe de quadrilha que trocava etiquetas de bagagem em São Paulo appeared first on InfoMoney.