Chances de vida alienígena em exoplaneta diminuem ainda mais

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Lembra do K2-18b? O exoplaneta oceânico descoberto em abril deste ano, que apresentava indícios de vida alienígena? Depois de um balde de água fria em maio, uma nova pesquisa reforça a ideia de que as formas de vida extraterrestres no planeta eram apenas uma ilusão.As novas observações feitas pela NASA confirmam que o K2-18b, localizado a 124 anos-luz da Terra, possui água e, possivelmente, até um oceano líquido. Isso deveria ser um bom sinal para a existência de vida, certo? Acontece que não é bem assim.Planeta pode possuir vida alienígena?No estudo de abril, realizado pela Universidade de Cambridge, o K2-18b parecia ter um gás em sua atmosfera que, na Terra, é produzido apenas por seres vivos. No entanto, as novas observações não conseguiram encontrar evidências desse gás.A NASA vai além e afirma que, se esse gás realmente existir no planeta, pode ter surgido por processos químicos, o que coloca em xeque a possibilidade de o K2-18b abrigar alguma forma de vida.Isso mostra como é difícil estudar planetas tão distantes. Enquanto um vizinho como Júpiter pode ser observado da Terra, planetas como o K2-18b são invisíveis até mesmo para telescópios comuns, devido à sua distância e à ausência de luz própria.Para superar essa dificuldade, os astrônomos utilizam métodos avançados. Um deles consiste em observar o momento em que o planeta passa diante de sua estrela. A luz estelar atravessa a atmosfera do planeta, permitindo identificar quais gases estão presentes. Essa técnica já havia sido usada com sucesso no planeta GJ 1214b, revelando vapor de água em sua atmosfera.Com o lançamento do Telescópio Espacial James Webb pela NASA, em 2021, os cientistas ganharam uma ferramenta ainda mais precisa. Ele é capaz de detectar variações sutis na luz infravermelha, o que ajuda a identificar gases mesmo em atmosferas extremamente distantes. E foi justamente com esse observatório que os cientistas começaram a investigar o K2-18b com mais atenção.Em 2023, o astrônomo Nikku Madhusudhan e sua equipe apontaram o telescópio para o K2-18b. Eles detectaram hidrogênio, dióxido de carbono e metano em sua atmosfera. Também encontraram uma possível assinatura de sulfeto de dimetila (DMS), um gás ligado à vida na Terra. Mas o sinal era fraco demais para confirmar sua presença com segurança.No ano seguinte, a equipe decidiu fazer uma nova observação, agora com outro instrumento do telescópio, voltado para luz infravermelha de comprimentos de onda maiores. Dessa vez, a presença do sulfeto de dimetila apareceu mais forte. Segundo o artigo que descreve os resultados, havia apenas três chances em mil de o sinal ser fruto do acaso, o que animou os pesquisadores.O planeta K2-18b é coberto por um oceano e tem cerca de 2,6 vezes o tamanho da Terra, sendo classificado como um superterra. Crédito: Reprodução/Redes SociaisResultados animadores não se confirmaramDe acordo com o jornal The New York Times (NYT), embora Madhusudhan seja reconhecido como um dos maiores especialistas em planetas fora do Sistema Solar, outros astrônomos resolveram checar os dados por conta própria. Uma equipe liderada por Rafael Luque, da Universidade de Chicago, por exemplo, combinou todas as observações disponíveis do K2-18b e não encontrou sinais confiáveis do tal gás, conforme relata o artigo que detalha o estudo.Leia mais:Comprovar vida extraterrestre exige muito mais que detectar sinaisCavernas fluorescentes guardam segredos sobre vida extraterrestreEssa pode ser a chave para detectar vida em outros planetasCríticos argumentam que a luz infravermelha média, usada na segunda análise, pode ser muito fraca e confundir os instrumentos. O novo estudo liderado por Renyu Hu, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, conclui que o novo mundo é “bastante rico em água”. Apesar disso, se vocês espera por vida alienígena, vai se decepcionar.“Nosso artigo não fornece nenhuma evidência conclusiva da existência de DMS”, disse o Dr. Hu. “Não acreditamos que tenhamos uma detecção”, disse Hu ao The New York Times. Ainda é possível que K2-18b contenha algum DMS, mas em um nível muito baixo para ser detectado com clareza. E mesmo que o elemento esteja lá, ainda não é certeza de vida. Ou seja: é necessária uma reviravolta para os primeiros indícios sobre o exoplaneta se confirmarem. O post Chances de vida alienígena em exoplaneta diminuem ainda mais apareceu primeiro em Olhar Digital.