Blake Lively entrou com uma nova ação judicial contra o diretor Justin Baldoni nesta segunda-feira (8), exigindo uma indenização milionária após ter sido alvo de um processo de difamação considerado “frívolo” por sua defesa. A atriz solicita que Baldoni cubra todos os custos legais do processo anterior e ainda pede compensações adicionais por danos econômicos, emocionais e psicológicos, além de uma indenização punitiva.De acordo com documentos obtidos pela revista Variety, os advogados de Lively baseiam a moção na Lei de Proteção às Vítimas de Processos Judiciais por Difamação, sancionada em 2023 pelo governador da Califórnia, Gavin Newsom. A legislação garante imunidade a pessoas que denunciem assédio sexual ou retaliação com base em fundamentos razoáveis, mesmo que os relatos sejam posteriormente questionados na Justiça.“A Sra. Lively não deve ser penalizada por exercer seu direito de se manifestar”, diz um trecho da petição. “A indenização prevista na Seção 47.1 da lei tem como objetivo coibir o uso indevido do Judiciário para retaliar vítimas e impedir que compartilhem suas experiências.”A defesa da atriz argumenta que o processo movido por Baldoni foi uma tentativa de retaliação após ela fazer denúncias relacionadas à produção do filme É Assim Que Acaba, dirigido por ele. O filme, baseado no best-seller de Colleen Hoover, tem lançamento previsto para 2026.Em junho, Blake Lively já havia obtido uma vitória parcial quando o juiz federal Lewis J. Liman rejeitou o processo de US\$ 480 milhões (cerca de R\$ 2,4 bilhões) movido por Baldoni. Ainda assim, o magistrado não decidiu se a nova lei californiana se aplica ao caso, o que deve ser um ponto central nos próximos desdobramentos judiciais.O novo pedido de Blake inclui também uma solicitação para que o tribunal defina o valor da indenização o quanto antes — idealmente antes do julgamento principal contra Baldoni, marcado para março de 2026, em Nova York.Por outro lado, a equipe jurídica de Baldoni nega qualquer irregularidade e alega que as acusações de assédio feitas por Lively foram fabricadas ou exageradas para que ela tivesse mais controle criativo sobre o projeto. Em documentos anteriores, os advogados do diretor afirmaram que a atriz teria distorcido interações inofensivas em uma “tentativa maliciosa” de recuperar sua imagem pública, abalada por críticas a campanhas de marketing recentes.Além disso, os advogados de Baldoni contestam a validade da aplicação da lei da Califórnia ao caso, alegando que sua adoção poderia violar a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, ao restringir o direito de petição dos cidadãos.Enquanto o caso segue sem definição clara, cresce a atenção da mídia e do público para o embate jurídico entre dois nomes influentes de Hollywood, em uma disputa que levanta questões delicadas sobre liberdade de expressão, retaliação judicial e assédio nos bastidores da indústria cinematográfica.