Nvidia na mira da China: o que está por trás da investigação contra a empresa

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A Nvidia, maior fabricante de chips de inteligência artificial (IA) do mundo, virou alvo de uma nova ofensiva do governo da China. Autoridades de Pequim abriram uma investigação antitruste contra a empresa, em meio a uma disputa comercial cada vez mais acirrada entre o país asiático e os Estados Unidos.O caso envolve a compra da israelense Mellanox, concluída em 2020, e coloca a Nvidia no centro de um impasse, segundo o Wall Street Journal. De um lado, as restrições de Washington para limitar a venda de chips avançados aos chineses. De outro, as exigências de Pequim para que a empresa mantenha o fornecimento no país.Nvidia no centro da guerra tecnológica (e comercial) entre EUA e ChinaAs restrições impostas por Washington obrigaram a Nvidia a suspender a venda de alguns de seus chips mais avançados para clientes chineses. A medida segue a estratégia dos EUA de limitar o acesso da China a tecnologias de ponta, especialmente as ligadas à IA.CEO da Nvidia, Jensen Huang; gigante dos chips está sob fugo cruzado entre EUA e China (Imagem: Muhammad Alimaki/Shutterstock)Do outro lado, reguladores de Pequim acusaram a empresa, nesta segunda-feira (15), de descumprir o compromisso de fornecer chips de forma contínua e igualitária ao mercado local. Para as autoridades chinesas, essa falha configuraria uma violação da lei que regula a concorrência no país, o que abre caminho para uma investigação formal contra a companhia.A investigação contra a empresa não acontece isolada. Ela é reflexo direto da disputa entre as duas maiores economias do mundo, que travam uma batalha para controlar tecnologias estratégicas – especialmente os chips usados em IA.Chips da Nvidia e alternativas locaisA Nvidia produz os chips mais poderosos do mercado, usados para treinar e rodar sistemas avançados de IA. Esses chips equipam data centers e permitem que empresas treinem modelos complexos em velocidade muito superior à de concorrentes.A Nvidia produz os chips mais poderosos do mercado, essenciais para treinar e rodar sistemas avançados de IA (Imagem: gguy/Shutterstock)Na prática, esses componentes se tornaram estratégicos porque definem quem consegue liderar a corrida global por novas tecnologias. Por isso, a empresa acabou no centro da disputa entre EUA e China.Sem conseguir produzir em escala processadores equivalentes, o país asiático tenta reduzir sua dependência da tecnologia norte-americana. Empresas como Huawei, Alibaba e Baidu já investem pesado no desenvolvimento de chips próprios para abastecer seus data centers. Mesmo que ainda estejam atrás da Nvidia em desempenho, essas companhias começam a substituir parte da demanda local com produtos feitos no país asiático.Leia mais:O plano bilionário de OpenAI e Nvidia que pode mudar o cenário da IA na EuropaNvidia: o que é e o que a empresa vende?Entenda a valorização da Nvidia e como ela se tornou a empresa mais valiosa do mundoImpacto político e econômicoA ofensiva da China contra a Nvidia não é apenas uma questão de mercado. Ao abrir uma investigação antitruste, Pequim envia um recado político: não pretende fazer concessões para garantir acesso aos chips norte-americanos e aposta no caminho da autossuficiência em IA.Para os EUA, a pressão chinesa complica as negociações comerciais em andamento, que incluem temas sensíveis como tarifas e o futuro do TikTok no país. Já para a Nvidia, o risco é perder espaço num de seus principais mercados, ao mesmo tempo em que enfrenta limitações impostas pelo próprio governo norte-americano. No fim, a disputa mostra que a corrida pelos chips de IA é também uma corrida pelo poder.O post Nvidia na mira da China: o que está por trás da investigação contra a empresa apareceu primeiro em Olhar Digital.