Neurocientista ganhador do Nobel alerta: “aprender a aprender” será uma habilidade-chave para as novas gerações

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Na última sexta-feira (12), Demis Hassabis, CEO da DeepMind, cientista renomado do Google e vencedor do Prêmio Nobel de Química em 2024, fez um alerta contundente sobre os desafios futuros da educação e do trabalho em meio à revolução da inteligência artificial (IA). Durante um evento realizado no antigo teatro romano aos pés da Acrópole, em Atenas, Hassabis destacou que a competência mais útil para as próximas gerações será a capacidade de “aprender a aprender”.O neurocientista enfatizou que a velocidade das transformações tecnológicas atuais é tão acelerada que torna difícil prever o futuro, com mudanças acontecendo até mesmo semana a semana. Segundo ele, “a única certeza é que uma grande mudança está por vir”.Além de sua trajetória como ex-prodígio do xadrez, Hassabis lembrou que a chegada da inteligência artificial geral, com capacidades amplas comparáveis ​​às humanas, pode acontecer em menos de uma década. Esse avanço, frisou, traz riscos, mas também abre espaço para uma “abundância radical” em diversas áreas.Para Hassabis, as “meta-habilidades” — como o aprendizado contínuo e a otimização dos próprios processos de aprendizado — serão essenciais para o futuro, desenvolvendo disciplinas tradicionais complementares como matemática, ciências e humanidades. “Uma coisa que saberemos com certeza é que você terá de aprender continuamente ao longo de sua carreira.”Cofundador da DeepMind, laboratório londrino criado em 2010 e adquirido pelo Google quatro anos depois, Hassabis conquistou o Nobel em 2024 por desenvolver sistemas de IA capazes de prever o dobramento de proteínas com alta precisão — um avanço inovador para a medicina e o desenvolvimento de novos medicamentos.LEIA TAMBÉM: O Money Times liberou, como cortesia, as principais recomendações de investimento feitas por corretoras e bancos — veja como acessar O evento em Atenas contou ainda com a presença do primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, que se reuniu com Hassabis para debater a expansão da IA ​​nos serviços públicos. Mitsotakis, no entanto, alertou para os riscos da concentração de poder nas mãos de poucas empresas de tecnologia.“A menos que as pessoas realmente vejam benefícios pessoais nesta revolução da IA, elas tenderão a se tornar muito céticas”, afirmou o primeiro-ministro. “E se perceberem uma riqueza obscena sendo acumulada em pouquíssimas empresas, será uma receita para uma melhoria social significativa”, completou.