Entusiasmo e boas equipes: a receita de Rubens Menin para liderar múltiplos negócios

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Paixão pelo que faz e trabalho em equipe são cruciais para o sucesso de qualquer negócio, defende Rubens Menin, fundador da MRV (MRVR3), maior construtora da América Latina no segmento de habitação popular. Além disso, o empresário afirma que a soberba e a vaidade devem ficar de fora do repertório de qualquer liderança, especialmente aquela envolvida com múltiplas frentes – como ele próprio.O empresário também lidera hoje empreendimentos como a Log, referência em galpões logísticos; o Banco Inter (INBR32), que nasceu da financeira ligada à MRV; a CNN Brasil, lançada em 2020; e a Arena MRV, estádio do Atlético-MG, clube no qual também se tornou investidor na SAF.Segundo Menin, nenhuma conquista é possível sem pessoas de confiança e com espírito de parceria. Ele lembrou que o modelo de partnership é essencial para sustentar projetos de longo prazo. “Nada disso seria possível sem um time fantástico”, afirmou, ressaltando que sua disposição diária vem justamente dessa combinação entre entusiasmo e boas equipes.Com tantos setores sob sua gestão, Menin reconheceu que a complexidade é grande, mas diz que o segredo está em se cercar das pessoas certas. “Quem tem paixão e um time de gente boa ao lado consegue equilibrar todos os pratos”— Rubens MeninEle participou do FurlaCast, com Rafael Furlanetti, da XP Investimentos.Leia mais: Empreender é transformar pessoas e impulsionar o Brasil: veja conselhos de BenchimolE também: XP Educação lança graduação inédita para formar especialistas em investimentosGestão baseada no consensoSobre o desafio de lidar com opiniões divergentes de sócios e executivos, Menin afirmou que o diálogo é o único caminho possível. Para ele, as empresas de capital aberto, como as que lidera, exigem uma cultura de decisão que privilegia o consenso, e não o voto.“Noventa e nove por cento das nossas decisões de conselho são consensuais”— Rubens MeninNa visão do empresário, o papel do líder não é impor, mas construir junto. “Às vezes você não concorda, mas aceita a decisão do outro. Às vezes acha que vai dar errado e dá certo. O importante é respeitar a diversidade de opiniões”, comentou.A comparação com o futebol surgiu naturalmente: assim como um time não vence com craques desconectados, uma empresa também não prospera sem alinhamento coletivo.“Ou o time está junto, ou não funciona”— Rubens MeninPara ele, o perigo está quando o líder se coloca como a voz final e inquestionável. “Se na empresa você diz que a última palavra é sua, a coisa não funciona mais. Não existe isso de dono, sou apenas sócio e executivo”, destacou.Reinvenção constante e cultura preservadaEm tempos de crise, Menin reforçou que a reinvenção não é apenas necessária, mas inevitável. Ele lembrou que a pandemia exigiu adaptações rápidas e que só foi possível avançar porque toda a equipe esteve comprometida.“Se uma empresa não se reinventa, não sobrevive”— Rubens MeninO empresário reconheceu, no entanto, que a velocidade das mudanças hoje é maior do que nunca. “Em cinco anos acontece mais do que em 40 no passado. Algumas pessoas não conseguem se adaptar”, observou. Por isso, defendeu a necessidade de preservar a cultura empresarial ao mesmo tempo em que se incorporam novas ideias.Sua metáfora preferida para esse processo é a culinária: fazer um omelete misturando talentos internos e externos. Para Menin, esse equilíbrio mantém a identidade da empresa sem perder a capacidade de inovar.Apesar disso, ele ressalta que perfis inflexíveis não encontram espaço. “Já vi muita gente boa que não consegue subir exatamente por falta de desenvoltura. A empresa repele cabeças duras. Não basta ter inteligência, é preciso ter também inteligência emocional”, disse.Leia tambémLula ironiza Trump e diz que brasileiros são “donos do nosso nariz”Lula falou sobre Trump durante evento de interligação do estado de Roraima ao sistema elétrico nacionalTrump recorre para tentar afastar diretora do Fed acusada de fraude hipotecáriaDepartamento de Justiça busca reverter decisão que impede a demissão de Lisa Cook; caso pode chegar à Suprema Corte e influenciar reunião do Fed sobre jurosDa CNN ao Atlético-MGAo avaliar seu portfólio, Menin afirmou que negócios como MRV, Log e Banco Inter formam um ecossistema natural de habitação e crédito. Mas admitiu que a entrada no setor de comunicação foi uma decisão mais complexa. A CNN Brasil, segundo ele, não nasceu como projeto financeiro, mas como forma de contribuir para o debate público e fortalecer a democracia.Outro movimento fora do radar foi no futebol. Além de erguer a Arena MRV, o empresário se tornou sócio da SAF do Atlético-MG. Ele reconheceu as dificuldades de lidar com uma torcida tão numerosa e exigente, mas destacou o potencial de crescimento do futebol no país. “Os próximos cinco anos serão de muito avanço se soubermos trabalhar bem o setor”, disse.Na avaliação de Menin, o esporte e o entretenimento vivem um processo global de profissionalização e o Brasil tem condições de aproveitar essa onda.“Já estivemos no fundo do poço, mas hoje estamos longe do nosso teto. O potencial é enorme”— Rubens MeninAo final da conversa, ele resumiu sua filosofia de gestão: paixão pelo que faz, parceria com pessoas de confiança e humildade para ouvir opiniões diferentes. “Sozinho ninguém chega a lugar nenhum. É preciso ter gente boa, parceria e disposição para construir junto”, concluiu.The post Entusiasmo e boas equipes: a receita de Rubens Menin para liderar múltiplos negócios appeared first on InfoMoney.