Julgamento de Bolsonaro será retomado nesta quarta com voto de Fux e chance de que STF forme maioria por condenação

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O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete acusados de tentativa de golpe de Estado entra em sua fase final nesta quarta-feira (10), com a possibilidade de já se consolidar maioria pela condenação. Nesta terça-feira (9), terceiro dia de análise na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o relator Alexandre de Moraes votou pela condenação de todos os réus, sendo acompanhado por Flávio Dino. Com isso, Bolsonaro ficou a apenas um voto da condenação.A sessão será retomada às 9h desta quarta-feira (10), com os votos pendentes de Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A expectativa inicial é de que apenas Fux se manifeste hoje. Como a Turma é composta por cinco ministros, um voto adicional pela condenação já formará maioria contra os acusados. O resultado final deve ser proclamado na sexta-feira (12). Embora inicialmente estivessem previstas oito sessões, a pedido de Moraes, o presidente da Turma, Cristiano Zanin, convocou dias extras.As defesas apostam em Fux como a principal esperança de divergência. O ministro é visto como o menos alinhado a Moraes e, portanto, mais propenso a abrir discordâncias. Entre apoiadores de Bolsonaro, Fux ganhou o apelido de “fagulha de bom senso” após ter defendido uma pena mais branda para Débora Rodrigues, que pichou com batom a estátua da Justiça em 8 de Janeiro. Na sessão desta terça-feira, ele interrompeu Moraes logo no início e reclamou de uma intervenção de Flávio Dino durante a leitura do voto do relator.Saiba como foi o julgamento nesta terçaA Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) realizou nesta terça-feira (9) o terceiro dia de julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados por tentativa de golpe de Estado. Até agora, o placar pela condenação está 2 votos a 0 e ainda faltam o voto de três ministros.Pela manhã, o relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, votou pela condenação de todos os réus pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.O ministro dividiu o voto em 13 “atos executórios” e apresentou slides para expor os documentos e depoimentos que a seu ver comprovam o envolvimento dos réus com a trama golpista. Moraes salientou não haver dúvidas da existência de uma tentativa de golpe de Estado, diante sobretudo da quebradeira ocorrida em 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.Na parte da tarde, foi a vez de o ministro Flávio Dino votar pela condenação dos réus. Em sua manifestação, Dino detalhou a participação de todos os acusados e se manifestou pela condenação de todos. Para o ministro, houve atos executórios para realização da tentativa golpista.Dino adiantou que vai propor penas maiores para o ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Braga Netto, por entender que eles tiveram participação de liderança no processo. No entanto, o ministro disse que vai votar pela adoção de penas menores para o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem e os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio.JulgamentoO julgamento começou na semana passada, quando foram ouvidas as sustentações das defesas do ex-presidente e dos demais acusados, além da manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, favorável à condenação de todos os réus. Depois dos votos de Moraes e Dino, a sessão foi suspensa e será retomada amanhã (10) para o voto dos ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.O tempo de pena ainda não foi anunciado e deve ser definido somente ao final da rodada de votação sobre a condenação ou absolvição dos réus. Em caso de condenação, as penas podem chegar a 30 anos de prisão em regime fechado.*Reportagem produzida com auxílio de IA e Agência Brasil Leia também Defesa de Bolsonaro diz que respeitará decisão do STF apesar de discordar de votos de Moraes e Dino Oposição aposta em Fux para adiar julgamento de Bolsonaro no STF Publicado por Carol Santos