Os manifestantes pró-Palestina em vários países têm encontrado nos eventos esportivos com forte audiência televisiva uma oportunidade de chamar a atenção para os excessos cometidos por Israel em Gaza em sua guerra contra o Hamas. Neste final de semana, eles conseguiram interromper e cancelar a realização em Madri do último trecho da tradicional Volta da Espana, uma das maiores competições do ciclismo internacional.Neste domingo, aos gritos de “no pasarán” (“não vão passar”), famoso grito antifascista da época da guerra civil do país, os manifestantes derrubaram barreiras de metal e ocuparam parte do local onde deveria acontecer o final da prova, e entraram em conflito com a polícia, que tentou empurrá-los de volta.O ciclista dinamarquês Jonas Vingegaard foi declarado o vencedor da etapa, mas teve de comemorar o triunfo em um estacionamento.Leia também: Israel busca tornar Cidade de Gaza inabitável, diz especialista da ONUEssas manifestações já haviam começado dias antes, na etapa de Bilbao, quando houve uma tentativa de invasão da rota da competição por pessoas contrárias à participação dos ciclistas da equipe Israel Premier Tech. Alguns tentaram invadir a estrada quando os ciclistas da equipe israelense passaram por eles, levando os organizadores e a equipe de segurança a correr para tentar conter a multidão atrás das cercas de segurança.Embora a competição seja uma das mais tradicionais da Espanha, atraindo inclusive turistas, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, não só não criticou as manifestações como pediu, nesta segunda-feira, que Israel seja impedido de participar de competições esportivas internacionais enquanto sua “barbárie” em Gaza continuar.Sánchez disse ainda ter “uma profunda admiração” por quem protestou pacificamente contra a participação da equipe Israel-Premier Tech.Leia também: Governo espanhol exige que sanções impostas à Rússia sejam aplicadas também a IsraelProtestos têm sido comunsEsses protestos contra Israel em eventos esportivos têm ficada cada vez mais comuns. Também neste final de semana, quase 200 manifestantes se reuniram ao longo da rota do Grand Prix Cycliste de Montreal, no Canadá, em oposição à participação de uma equipe israelense.Eles agitaram bandeiras palestinas e tocaram tambores enquanto gritavam slogans como “solidariedade com a Palestina”. Um porta-voz da polícia de Montreal confirmou que sete pessoas foram presas durante os protestos.Mas não é só no ciclismo que ocorrem protestos relacionados à guerra em Gaza. Em agosto, os jogadores do clube turco de futebol Fenerbahçe usaram camisas pretas com mensagem contra as ações de Israel na Palestina. O protesto aconteceu durante o aquecimento para uma partida da UEFA Champions League contra o Feyenoord, da Holanda.Há poucos dias, o jogo entre Canadá e Israel pela Copa Davis foi realizado de tênis num estádio fechado em Halifax, enquanto manifestantes protestavam do lado de fora.Em marços, torcedores ultras da equipe escocesa do Celtic, levou faixas com os dizeres “mostre a Israel o cartão vermelho, antes de um jogo pela Liga dos Campeões contra o poderoso Bayern de Munique. Esse slogan também apareceu depois entre torcedores dos clubes espanhóis Deportivo Alavés e Osasuna, além do italiano EmpoliTambém na Espanha, manifestantes aproveitaram para protestar em janeiro, antes de um jogoThe post Ciclismo, tênis, futebol… Manifestantes pró-Palestina usam competições para protestar appeared first on InfoMoney.