Ibovespa para quem? Por que a Previ quer despachar R$ 7 bi em ações (e migrar para renda fixa)

Wait 5 sec.

A Bolsa brasileira acumula alta de 19% em 2025, renovando máximas históricas, em meio às expectativas de cortes de juros tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.O movimento, que reforça a atratividade da renda variável sobre a renda fixa, não seduz a Previ, fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil (BBAS3) que administra R$ 267 bilhões em ativos, porém.LEIA TAMBÉM: Analistas da Empiricus Research estão disponibilizando gratuitamente uma carteira para buscar gerar renda passiva com investimentos; acesse jáEm entrevista ao Broadcast, João Fukunaga, presidente da Previ, afirmou que o fundo vai se desfazer de cerca de R$ 7 bilhões em ações, reduzindo total ou parcialmente suas posições em 12 empresas.Entre elas está a BRF (BRFS3), cuja a venda já rendeu R$ 2 bilhões.A decisão ocorre após a fusão da companhia com a Marfrig (MRFG3), que resultou na criação da MBRF, operação criticada pela fundação.Além disso, a Previ vendeu participação de 30,29% que detinha na Neoenergia (NEOE3) por R$ 11,95 bilhões (1,88 bilhões de euros) para a elétrica espanhola Iberdrola.Segundo Fukunaga, a principal razão da saída é o baixo retorno das ações, mesmo considerando o fluxo de dividendos.Apesar da disparada do Ibovespa, a Previ vê mais oportunidade nos papéis de renda fixa.A entidade vai reforçar a alocação em NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional – Série B), dentro da estratégia de “imunização do passivo”.“Estamos fazendo o desinvestimento por entender que há espaço, do ponto de vista do equity, para sair e comprar NTN-Bs”, disse.“Isso casa com a nossa estratégia de imunização do passivo.”Parte das operações ainda está em andamento e, por isso, os nomes das demais empresas não foram revelados.“Todas as movimentações estão dentro de nossa política de investimento, aprovada pela diretoria e pelo Conselho Deliberativo”, completou Fukunaga.Resultado da PreviApós meses no negativo, o Plano 1 voltou ao azul em 2025 e registra superávit de cerca de R$ 1 bilhão.O ganho acumulado no ano é de R$ 4,1 bilhões, com rendimento de 1,84% em agosto e 8,97% no acumulado de 2025.“O resultado confirma tudo aquilo que a gente vem dizendo desde a época do resultado anual em março: são momentos de conjuntura”, disse Fukunaga.“Este ano tem sido de sobressaltos, com fatores como o tarifaço dos Estados Unidos.”Ibovespa: ainda há espaço para ganhos?Enquanto a Previ se mostra mais cautelosa, analistas seguem otimistas com a Bolsa.Em relatório desta quinta-feira (9), a Ativa Investimentos reafirmou sua projeção do Ibovespa em 148 mil pontos.LEIA TAMBÉM: Tenha acesso às recomendações mais valorizadas do mercado sem pagar nada; veja como receber os relatórios semanais do BTG Pactual com o Money Times“No cenário doméstico, os juros podem ter alcançado o pico, enquanto uma guinada no ambiente eleitoral também pode ser um catalisador”, escreveu a equipe.Nos Estados Unidos, a persistência da inflação e o crescimento do PIB contrastam com a fraqueza recente no mercado de trabalho, o que, segundo a Ativa, reforça espaço para cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed).“A materialização do cenário atualmente embutido na curva americana já seria suficiente para impulsionar fluxos de capital para mercados emergentes, beneficiando o Brasil.”