O JP Morgan revisou suas recomendações para as construtoras brasileiras. O banco elevou Eztec (EZTC3) para outperform — equivalente à compra — e rebaixou Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3) para neutro.Na bolsa, as ações reagem às mudanças. Por volta das 14h (horário de Brasília), EZTC3 sobe 6,08%, cotada a R$ 16,22. CURY3 e DIRR3, por outro lado, figuram entre as maiores quedas do Ibovespa (IBOV) e recuam 3,73% e 2,90%, respectivamente.Os analistas da instituição recomendam que os investidores aumentem a exposição a ativos mais voláteis, diante dos “ventos favoráveis” no cenário macroeconômico.Eles citam o ciclo eleitoral no Brasil e o início do ciclo de afrouxamento monetário, esperado para começar em dezembro e totalizar 4,25 pontos ao final de 2026, como catalisadores.LEIA TAMBÉM: Quer saber onde investir com mais segurança? Confira as recomendações exclusivas do BTG Pactual liberadas como cortesia do Money Times“Embora assumamos o risco de estarmos um pouco adiantados nessa mudança de preferência, dado o momentum de Cury e Direcional, acreditamos que, nos próximos 12 meses, a tese se mostrará correta, já que historicamente a performance das construtoras tem se mostrado mais ligada ao sentimento do que aos fundamentos.”Eztec agora é outperformA decisão do JP de elevar a recomendação da Eztec para outperform se apoia em quatro fatores.O primeiro é o potencial de alta de 34% em relação ao preço-alvo de dezembro de 2026. Além disso, a empresa negocia a um múltiplo preço/lucro projetado para 2026 em patamar descontado.Há a expectativa ainda de re-rating da Eztec diante de possíveis notícias positivas sobre a venda da torre Esther, estimada entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões.A companhia também deve se beneficiar da melhora do sentimento em relação ao segmento de médio e alto padrão, impulsionada por um cenário macro mais otimista e pelo aumento da velocidade de vendas, sobretudo em estoques.Cury e DirecionalOs analistas do JP rebaixaram Cury para neutra pelo valuation relativo e pelo menor potencial de valorização, apesar da execução sólida.Eles destacam que a companhia segue entregando uma execução “impecável”, mantendo o maior retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do setor e pagando dividendos recorrentes, com rendimento esperado de 8% no próximo ano.No entanto, diante do ciclo de afrouxamento e potenciais mudanças no cenário político, os que investidores tenderão a buscar empresas de menor preço/lucro do que Cury.Já em relação a Direcional, a equipe do banco rebaixou a ação devido à preferência relativa.“Assim como no caso de Cury, o rebaixamento decorre do valuation relativo e menor upside frente aos pares, já que acreditamos que grande parte dos fortes resultados da Direcional já estejam refletidos no preço.”Embora esperem continuidade de números robustos, eles projetam um upside limitado para as margens brutas recordes de 41,7% no segundo trimestre. Além disso, as projeções estão em linha com o consenso e a distribuição de dividendos em termos absolutos deve ser menor em 2026.As preferências do JP no setor de construçãoA preferência do JP no setor é, em ordem: Tenda (TEND3), Cyrela (CYRE3), Eztec, Cury, Direcional e MRV (MRVE3).O banco, segundo os analistas, favorece construtoras de maior beta e baixo preço/lucro.Tenda, Cyrela e Eztec, por exemplo, estão sendo negociadas a ou abaixo seis vezes o preço/lucro esperado para 2026. As três companhias, inclusive, têm recomendação outperform pelo JP.Já a MRV, assim como a Cury e a Direcional, recebem indicação neutra.RecomendaçõesAçãoTickerRecomendaçãoPreço-alvo para 2026 (R$)TendaTEND3Outperform36,50CyrelaCYRE3Outperform40,00EztecEZTC3Outperform20,50CuryCURY3Neutro40,50DirecionalDIRR3Neutro18,50MRVMRVE3Neutro10,50